Eletricidade e cultivo de cannabis

Electricidade e cultivo de cannabis

Steven Voser
Steven Voser

Então, decidiste avançar com o cultivo em casa. Não há espaço disponível no jardim, por isso a alternativa é mesmo dentro de portas. Ao contrário das plantas cultivadas no exterior, que extraem quase tudo do ambiente, as que crescem em ambientes fechados precisam de uma configuração diferente, com luzes e ventoinhas elétricas, por exemplo. Mas como gerir todos estes equipamentos? Eis algumas dicas e sugestões para facilitar o processo!

Dicas práticas para evitar problemas com a eletricidade no cultivo de cannabis

Dica n.º 1: Verifique o armário do contador

Em primeiro lugar, verifique no quadro elétrico quantos Ampères tem disponíveis, normalmente será cerca de 25, e quanto vai realmente precisar. Muitos cometem o erro de não fazer estas contas com antecedência. Mesmo conhecendo a capacidade do disjuntor principal, é fundamental saber o consumo de todos os equipamentos.

  • Os balastros da sua lâmpada consomem cerca de 75 Watts, que deve acrescentar aos 400 Watts da lâmpada.
  • Um ventilador de 200 Watts consome 1 Ampère, mas recomenda-se reservar 3 Ampères para garantir alguma margem.
  • Um extrator consome aproximadamente 1 Ampère por cada 1000 metros cúbicos; modelos mais potentes podem chegar aos 800 Watts.
  • Uma bomba submersível utiliza 400 Watts.
  • Tenha sempre em conta o consumo dos restantes electrodomésticos em casa. Caso ainda não tenha feito estas contas, consulte o seu quadro elétrico para confirmar se a instalação suporta todos os equipamentos.

Dica #2 Recorra a um profissional

É preferível não mexer sozinho no quadro elétrico; sempre que for necessário fazer alguma alteração, recorra a um profissional certificado. Nunca deve retirar energia directamente do contador, pois se algo correr mal, a companhia de eletricidade pode cortar o fornecimento e, no pior dos cenários, pode afetar todo o bairro.

Dica #3 Nunca deixe uma fatura de energia por pagar

Pague as suas contas de energia; evitar fazê-lo de forma ilegal pode resultar numa multa avultada.

Dica #4 Instale um disjuntor

Verifique se existe um disjuntor no quadro elétrico (#4)

Verifique se o quadro elétrico tem um disjuntor instalado. Em alguns edifícios mais recentes, pode não o encontrar de origem. Se não tiver, é fundamental instalar um. O disjuntor monitoriza a diferença entre a corrente que entra e a que sai. Caso haja um excesso de entrada em relação à saída, o sistema desliga automaticamente para evitar qualquer risco de incêndio.

Dica #5 Instale uma caixa de fusíveis

Evite problemas e instale um quadro de fusíveis. Assim garante que a corrente elétrica é distribuída de forma equilibrada pelos diferentes circuitos no seu quadro elétrico. Os quadros de fusíveis são certificados e podem ser adaptados às necessidades de cada cliente. É aconselhável instalar um quadro de fusíveis logo que comece a utilizar os primeiros candeeiros. Infelizmente, cerca de 70% das pessoas só adquirem um quando já houve algum problema. E lembre-se: após comprar, não deve ligar o quadro de fusíveis a uma tomada comum, mas sim conectá-lo diretamente no quadro elétrico principal. Não se esqueça de ligar o fio de terra, caso contrário o disjuntor não funcionará corretamente.

Dica #6 Opte por iluminação que gere menos calor

Um dos problemas mais comuns nas lâmpadas é o excesso de aquecimento. Chegam a ficar tão quentes que seria possível fritar um ovo sobre elas. Contudo, esta não é a sua função principal; está a consumir demasiada energia e a desperdiçar luminosidade (lúmens). Existem no mercado lâmpadas ET, que embora sejam mais dispendiosas, produzem consideravelmente menos calor. É precisamente esta característica do aquecimento que provoca tantos problemas. Certifique-se sempre de que a lâmpada tem certificação adequada. Caso não tenha, peça apoio técnico na sua loja de cultivo local para que um especialista a avalie.

Dica #7 Opte por cabos resistentes ao calor

Utilize cabos resistentes ao calor para as ligações aos casquilhos. Evite os cabos brancos ou laranja baratos, pois após 2 ou 3 colheitas, o isolamento começa a deteriorar-se. Como o interior está constantemente a aquecer e a arrefecer, formam-se fendas, e se a lâmpada se mexer, podem partir-se por completo, o que pode fazer com que o reflector fique eletrificado.

Dica #8 Instale um relé

Deve usar um relé entre eles (#8)

Um temporizador não foi concebido para ser ligado diretamente a uma lâmpada. O temporizador acaba por se danificar porque os pontos de contacto em cobre, que são finos, acabam por derreter. É fundamental utilizar um relé (um interruptor eletromecânico) entre eles. Este componente possui placas de cobre mais espessas, que não derretem facilmente. O temporizador serve apenas para controlar o fornecimento de energia ao relé. Quando o relé é ativado, um eletroímã entra em funcionamento, o relé faz um clique e a corrente passa para as placas de cobre espessas, o que evita qualquer problema.

Muitas vezes, as pessoas usam temporizadores para gerir o funcionamento desfasado das lâmpadas e dos aquecedores, mas estes sistemas nem sempre são fiáveis ou instalados de forma correta. Isto pode resultar numa situação em que o aquecedor está ligado ao mesmo tempo que as lâmpadas continuam acesas, provocando o disparo do fusível.

Dica #9 Use terminais de cabo

Já falámos sobre cabos quando abordámos as lâmpadas. Mas sabia que até pode cometer erros ao substituir uma ficha? Se juntar demasiado os fios de cobre dentro da ficha, pode acabar por partir metade deles. Assim, nem toda a corrente passará como devido, o que pode fazer com que a ficha aqueça e, em casos extremos, chegue a derreter. É fácil evitar isto usando terminais próprios para cabos, que custam apenas alguns cêntimos. Não se esqueça também de encaixar correctamente o fio mais exterior na sua proteção, para evitar puxar a ficha inadvertidamente.

Sugestão #10 Manutenção de cabos e fichas

Suspenda sempre os cabos elétricos acima da altura da cabeça, bem fixos, e nunca os deixe espalhados pelo chão! Evite utilizar extensões em excesso; é preferível recorrer a um fio adequado. Um cabo elétrico em PVC pode deteriorar-se devido às variações de temperatura. É melhor optar por um cabo de silicone, que resiste ao calor e até pode ser pisado por um camião sem se danificar. Além disso, substitua as fichas das lâmpadas pelo menos de dois em dois anos, removendo os fios antigos e colocando novos. E convém reforçar: utilize sempre equipamentos com ligação à terra.

Dica #11 Invista num bom ventilador

Os ventiladores oscilantes mais baratos podem encravar após apenas duas ou três colheitas (#11)

Os ventiladores oscilantes mais económicos podem avariar após apenas duas ou três colheitas. Estes dispositivos funcionam com óleo lubrificante, que devido ao calor acaba por desaparecer com o tempo. Se o ligar entre duas colheitas, há o risco de o ventilador já não funcionar. Por isso, evite investir em equipamento demasiado barato. Existem opções de qualidade por cerca de 100 euros, ao invés dos 30 euros, que oferecem garantia vitalícia.

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