Cortar cannabis com a técnica ScrOG
Qualquer cultivador de canábis, seja em grandes armazéns profissionais ou em pequenas soluções caseiras, pode e deve usar a técnica ScrOG para obter colheitas máximas de flores de qualidade superior. No final deste guia de cultivo, também estará preparado para aplicar a técnica ScrOG nas suas plantas de canábis. Prepare-se para alcançar uma das melhores colheitas de sempre.
O cultivo de canábis utilizando a técnica Screen of Green, ou ScrOG, é a escolha privilegiada para quem procura métodos avançados e produtivos, seja em pequena ou grande escala. O ScrOG consiste numa malha ou rede onde os ramos das plantas de canábis são cuidadosamente treinados a crescer, maximizando assim a exposição à luz. Ao contrário do método SOG, que utiliza um grande número de plantas por metro quadrado, o ScrOG atinge rendimentos semelhantes com apenas 2 a 4 plantas femininas por m².
Quando aplicar o ScrOG
O método ScrOG é extremamente versátil e pode ser adaptado a qualquer tipo de cultivo. No entanto, antes de avançar para este sistema, é aconselhável que tenhas algum conhecimento prévio sobre técnicas como topping, fimming e LST. É fundamental podar ou treinar as plantas para obter o máximo de colas principais. Esta preparação e manutenção prévias são decisivas para o sucesso do ScrOG.
Durante a fase de crescimento vegetativo, podes aplicar todas as técnicas de poda e treino para potenciar o rendimento. Cabe ao produtor decidir, consoante o espaço lateral disponível, o momento ideal para colocar a rede do ScrOG.
Assim que estiveres satisfeito com a largura e o número de pontas, instala a rede do ScrOG a cerca de 15 cm acima do topo das plantas. Isto costuma acontecer por volta da 4ª a 6ª semana da fase vegetativa. Para quem procura o máximo rendimento, o ideal é esperar mais uma ou duas semanas para que as pontas atinjam a rede, cobrindo cerca de 50-70% da grelha antes de transitar para o ciclo de floração 12/12.
As variedades sativa puras ou com predominância sativa exigem uma atenção redobrada no "tucking", ou seja, ir encaixando cuidadosamente os ramos que emergem pela rede para a malha seguinte. Alguns ramos mais longos podem até precisar de ser presos à rede com fitas de jardinagem. Normalmente, é expectável um total de 6-8 semanas de crescimento vegetativo. Nada domina e aumenta a produção das famosas genéticas Haze como um bom ScrOG.
Preparação do ScrOG
Montar um sistema ScrOG é bastante fácil. Para quem cultiva em tendas, existem redes feitas à medida que podem ser compradas online. O procedimento consiste simplesmente em prender a rede nos quatro cantos da tenda de cultivo, posicionando-a logo acima do topo das plantas. Muitos cultivadores também optam por fazer a técnica lollipop nas suas plantas.
A poda final realiza-se durante as primeiras duas semanas da floração, geralmente até ao nível da rede. Qualquer crescimento abaixo da rede acaba apenas por consumir energia desnecessária da planta, por isso é melhor ir removendo esses ramos de forma gradual, para evitar causar stress às plantas.
Os micro-cultivadores que utilizam roupeiros ou armários vão precisar de fazer redes à medida para estes espaços mais compactos. Já os produtores em grande escala também terão de adaptar as suas próprias soluções – podem, por exemplo, usar rede de galinheiro ou mesmo malha de jardim. Basta cortar conforme o tamanho pretendido e fixar com braçadeiras plásticas. O mais importante é garantir que os quadrados da rede tenham alguns centímetros de largura, para que os rebentos não fiquem estrangulados.
Como utilizar o método ScrOG
Mantenha o ecrã o mais nivelado possível em todo o espaço de cultivo. Ajuste e dobre os ramos conforme necessário. Fique atento aos rebentos que crescem diretamente sob a luz de cultivo e que podem levantar o centro da malha ScrOG. Dobrar, ajustar e direcionar os ramos são regras fundamentais.
Lembre-se: o objetivo é aproveitar ao máximo toda a área da rede. Um ScrOG bem organizado permite que a parte inferior das plantas cresça através da malha. À medida que os ramos superiores se espalham lateralmente por toda a rede, os inferiores têm espaço para expandir e preencher os espaços vazios.
Na terceira semana de floração, tudo o que não ultrapassou a rede deve ser removido. O ideal é que todos os ramos tenham conseguido passar, mas no pior dos casos apenas um ou dois conjuntos precisarão ser cortados. Toda a energia da planta deve focar-se no desenvolvimento de uma floresta de flores robustas e suculentas.
Uma boa circulação de ar é essencial num ScrOG, sobretudo durante a floração. Colas de tamanho gigante ficam especialmente suscetíveis a bolor e podridão. Por isso, o uso de ventoinhas para garantir uma brisa constante, mesmo nas zonas mais densas e difíceis de alcançar, é altamente recomendado.
Vantagens do ScrOG
O método ScrOG traz dois grandes benefícios para quem cultiva canábis. De forma evidente, é uma técnica comprovada para maximizar a produção e, ao mesmo tempo, manter o controlo da altura das plantas. Este método é considerado a principal escolha para quem procura grandes colheitas com poucas plantas. Embora o método SOG também seja extremamente eficiente e conduza a colheitas mais rápidas, exige pelo menos o dobro de plantas para atingir resultados semelhantes aos de um ScrOG bem executado.
Outro benefício, muitas vezes ignorado, é o controlo de qualidade que o ScrOG permite. Ninguém quer colheitas cheias de flores pequenas e pouco desenvolvidas — com o ScrOG, a colheita limita-se praticamente a flores de topo de excelente qualidade. A colheita num cultivo ScrOG é muito mais agradável e menos trabalhosa do que numa plantação sem poda. Os resultados? Quase exclusivamente flores de qualidade superior.
Desvantagens do ScrOG
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Infelizmente, para quem cultiva canábis autoflorescente, o método ScrOG não é uma opção viável, contrariamente ao que por vezes se ouve dizer. O ciclo de cultivo ScrOG exige cerca de 6 a 8 semanas de crescimento vegetativo, o que corresponde praticamente a todo o ciclo de vida de uma autoflorescente.
Ainda que o ScrOG não exija cuidados extremos, requer alguma atenção. É necessário dedicar tempo à manutenção e ao acompanhamento regular. O período vegetativo prolonga-se e, por isso, o produtor deve ter paciência. O método ScrOG não é autossuficiente: será preciso ajustar e orientar os ramos diariamente até sensivelmente metade da fase de floração.