Quando deve substituir a erva no vaporizador

Se tens consumido canábis nos últimos anos, é bastante provável que já tenhas experimentado vaporizar em vez de fumar. Quer seja porque viste amigos usar vaporizadores ou até já tenhas um próprio, é impossível ignorar o enorme crescimento desta tendência. E ainda bem! Ao aquecer a canábis a temperaturas mais baixas em comparação com a combustão tradicional, a vaporização é bastante menos agressiva para os pulmões (Earleywine & Barnwell, 2007). Para além disso, vaporizar evita a inalação de muitas toxinas presentes no fumo do cigarro. E, com a mesma quantidade de erva que usarias num bong, consegues aproveitar muito mais sessões de vapor.

No entanto, tudo isto só resulta se substituíres a erva no momento certo. Se a retirares demasiado cedo, estás a desperdiçar potencial e ainda perdes vaporizações ao longo do tempo. Se a deixares demasiado tempo, o sabor torna-se áspero e os efeitos já não se fazem sentir. Para facilitar, vamos explicar como podes perceber quando está na hora de trocar a flor no vaporizador.

O sabor e o aroma mudam com o tempo

Nem precisa de abrir o vaporizador para perceber quando a erva já deu o que tinha a dar. Basta uma passa para sentir a diferença. Se ainda sentir algum sabor e a inalação for suave, pode continuar tranquilo. Mas se o sabor desaparecer e começar a tossir, provavelmente está na altura de trocar a flor.

O nariz também ajuda nesta tarefa! Se começar a cheirar mais a pipocas queimadas do que a chocolate, limão, pinho ou outros aromas frescos, esse é outro sinal claro de que está na hora de mudar. Pense nisso como o chá: as primeiras chávenas são ricas e aromáticas, mas à medida que vai usando o mesmo saquinho, o sabor desaparece, ficando cada vez mais fraco.

Atente ao aspeto e à textura

Ainda que o sabor possa indicar, é fundamental abrir a câmara e aprender a reconhecer o aspeto e o toque da erva já vaporizada. Ao contrário do tom verde vivo original, a flor usada apresenta-se quase toda castanha-escura. Repare que dizemos castanha-escura, e não preta. Como está sujeita a temperaturas mais baixas, nunca deverá ficar preta.

Além da alteração de cor, perceberá facilmente ao toque quando a erva já não está boa para consumo. Quando estiver esgotada, ficará estaladiça e desfez-se em pó com facilidade. Até chegar a esse ponto, se ainda mantiver a textura original, significa que ainda pode ser utilizada. Certifique-se apenas de remexer o conteúdo para garantir que o aquecimento é uniforme.

Controle o tempo das sessões

Por fim, perceber o tempo ideal das suas sessões ajuda a saber quando a sua erva já está gasta. Costuma colocar sempre a mesma quantidade de erva no vaporizador e utiliza sempre a mesma temperatura, certo? Então, normalmente, cada sessão deverá demorar aproximadamente o mesmo tempo. No início, pode usar um temporizador, mas com o tempo irá perceber facilmente quantas inalações consegue antes de perderem sabor. Assim, conseguirá substituir a erva antes de esta ficar totalmente sem efeito.

Como saber quando a sua erva já está gasta — resumo final

Por muito difícil que seja admitir, especialmente para quem gosta de aproveitar tudo ao máximo, a verdade é que a erva não dura para sempre. Chega a uma altura, depois de várias vaporizações, em que simplesmente deixa de ter canabinóides para desfrutar. Se queres tirar o melhor partido do que tens, é importante aprenderes a reconhecer quando já não vale a pena continuar a usar a erva. Ao saberes identificar o aspeto, o cheiro, o sabor e a sensação da erva já gasta, evitas dores de cabeça — literalmente — e poupas-te a experiências desagradáveis com maus gostos e odores.

Boas vaporizadas!

Luke Sumpter

Detentor de uma licenciatura em Ciências da Saúde Clínica, Luke Sumpter dedica-se há mais de sete anos ao jornalismo e à escrita, explorando a ligação entre a ciência e o mundo da canábis, unido pela sua paixão pelo cultivo de plantas.

Leia a biografia completa