Blog
How To Make A Bong: Step By Step
6 min

Como fazer um bong: guia passo a passo

6 min

Adora o seu bong? Vai apreciá-lo ainda mais depois de conhecer o trabalho dedicado que está por detrás da criação de bongs, cachimbos e bubblers de vidro. Continue a ler para descobrir todos os detalhes sobre o processo minucioso de fabrico destes acessórios em vidro.

Se pesquisar por "como fazer um bong", irá encontrar imensos tutoriais a ensinar a criar cachimbos improvisados usando objetos do dia a dia, como garrafas de plástico, tubos ou até maçãs.

No entanto, mesmo as melhores destas soluções caseiras não se comparam a um bong de vidro feito por profissionais. Por isso, se alguma vez se questionou sobre o que está por trás da criação de um verdadeiro bong, está no sítio certo! Neste artigo, vamos guiá-lo por todos os passos do fabrico artesanal de bongs de vidro, com os ensinamentos do lendário fabricante alemão Thomas Ehle.

Como fabricar um bong de vidro

Como fazer um bong de vidro

Os bongs de vidro são indispensáveis para muitos apreciadores de cannabis, e não é por acaso — ao filtrar o fumo ou vapor através da água, proporcionam tragos frescos, suaves e com mais sabor. Além disso, o processo de fabrico destas peças é verdadeiramente impressionante.

Estes bongs são produzidos por artesãos experientes, que recorrem a fornos ou maçaricos para aquecer o vidro a temperaturas elevadíssimas, tornando-o maleável. Em seguida, utilizando tubos de sopro e ferramentas específicas, moldam aquilo que era apenas um simples cilindro de vidro numa artística e funcional peça para fumar.

Naturalmente, a técnica de produção pode variar segundo o desenho do bong e o método de trabalho de cada artesão. Mas, de um modo geral, o processo segue os passos abaixo.

História relacionada

Os 10 melhores bongs e cachimbos caseiros

1. Escolher os materiais certos

Escolher os materiais certos

O primeiro passo para criar um bong de vidro de qualidade é escolher o material adequado. Para bongs e cachimbos de vidro, que são utilizados frequentemente e sujeitos a temperaturas elevadas, o vidro de borossilicato é, sem dúvida, a melhor opção. Muitos apreciadores preferem também acessórios de fumo em vidro, porque não alteram o sabor, não têm odor e são fáceis de limpar, ao contrário das alternativas em silicone, por exemplo.

O vidro de borossilicato consiste, essencialmente, em dióxido de silício e trióxido de boro. Esta composição confere-lhe um ponto de fusão muito elevado, por volta dos 1.650°C, e reduz significativamente a dilatação térmica. Assim, o vidro de borossilicato consegue resistir a variações extremas de temperatura sem quebrar.

Além dos bongs, o vidro de borossilicato é também amplamente utilizado na produção de frascos para reagentes e outros equipamentos de laboratório.

História relacionada

Vidro, acrílico, silicone ou cerâmica: como escolher o bong ideal

2. Cortar o vidro

Corte do vidro

O vidro borossilicato é fornecido sob a forma de tubos, podendo ser transparente ou colorido e apresentar diferentes espessuras. Após escolher o tipo de vidro mais adequado para a criação do cachimbo, o vidreiro calcula a quantidade necessária e corta o pedaço diretamente do tubo de borossilicato. Para isso, começa por marcar o vidro com um cortador especializado, criando uma marca profunda na superfície. Depois, humedece a zona marcada e aplica pressão até o vidro se separar do restante tubo.

3. Molde do bocal

Modelar o bocal

Apesar de poder parecer estranho para alguns, os profissionais do vidro soprado começam normalmente pela criação do bocal, pois costuma ser a parte mais pequena de um cachimbo. Além disso, se muitos fumadores prestam mais atenção às câmaras do bong e aos percoladores, a verdade é que o bocal desempenha um papel fundamental na experiência, já que o seu formato e dimensão influenciam diretamente o conforto e a facilidade ao fumar/dabbar.

Para dar forma ao bocal, o artesão começa por aquecer o pedaço de vidro separado no Passo 2 até atingir cerca de 650°C, rodando-o continuamente para aquecer de forma homogénea. Depois, com o auxílio de instrumentos próprios — como uma pá de grafite, pinças, alicates, entre outros — começa a moldar a extremidade mais espessa e arredondada que distingue a maioria dos bongs. É nesta fase também que podem ser adicionados detalhes de cor ou relevos decorativos para um toque mais personalizado.

4. Adicionar o detalhe em espiral

Adição da torção

Depois de moldarem o bocal, os mestres vidreiros, como Thomas Ehle, avançam para a criação do pescoço do cachimbo. Os modelos mais simples possuem um pescoço reto e cilíndrico, mas há versões que exibem torções, curvas, entalhes, recortes para gelo, saliências ou pontos de vidro. Estes detalhes não só conferem um aspeto apelativo, como cumprem funções importantes. As saliências e entalhes, por exemplo, tornam mais fácil segurar no cachimbo graças à sua ergonomia, enquanto os recortes para gelo servem — como o próprio nome indica — para manter cubos de gelo no sítio. As torções ou curvas, por sua vez, alteram o percurso do fumo ou vapor à medida que passa da base do bong até ao bocal, ajudando a arrefecer mais rapidamente para proporcionar tragos mais suaves e saborosos.

5. Derreter e moldar a câmara

A moldar e a dar forma à câmara

Ao criar um bong com uma câmara arredondada ou em forma de balão, é nesta etapa que o vidreiro lhe dá forma. Naturalmente, o processo exato varia consoante o design escolhido para o cachimbo. Normalmente, os artesãos aquecem o vidro com um maçarico (tal como na Etapa 3) e, em seguida, sopram-no através de uma cânula própria. Depois, dão forma à câmara recorrendo a pás, pinças e alicates.

6. A fundir e moldar a base

A fundir e a moldar a base

Depois de criar o bocal e o pescoço, o artesão de vidro dedica-se a formar a base do bong. Uma vez mais, o processo pode variar consoante o modelo – por exemplo, cachimbos com câmaras grandes e esféricas ou em forma de balão exigem bases diferentes das versões cilíndricas. Ainda assim, garantir uma boa base é essencial para o funcionamento do bong. Ninguém quer lidar com água entornada, erva encharcada e cacos de vidro – especialmente sob o efeito do fumo.

7. Adicionar iniciais ou outros logótipos/designs personalizados

Adicionar iniciais ou outros logótipos/designs personalizados

Para além de serem extremamente funcionais, parte do prazer de utilizar um bong está também na sua vertente estética. Logótipos, autocolantes, pequenas bolas de vidro ou outros detalhes semelhantes transformam um cachimbo de vidro comum numa peça bastante pessoal. Na maioria das vezes, os artesãos adicionam estes elementos decorativos após formarem o bocal, o pescoço, a câmara e a base.

8. Preparar a ligação para o downstem/queimador

Depois de finalizarem as suas peças, os mestres vidreiros concentram-se em aperfeiçoar a estrutura principal dos cachimbos através da modelação do tubo difusor. Nesta fase, cada artesão desenvolve a sua técnica própria, sendo que dominar este processo exige prática, experiência e alguma dose de perseverança para lidar com eventuais falhas nas peças quase concluídas. Ainda assim, saber criar um tubo difusor funcional e que proporcione uma experiência suave é fundamental para fabricar um bong de excelência.

História relacionada

Como encontrar o tamanho correto do encaixe para o teu bong

9. Abrir o orifício do carburador

A fazer o furo carb

Os furos carb são essenciais para a maioria dos utilizadores habituais de bong, pois permitem regular o fluxo de ar no cachimbo, o que facilita o controlo do ritmo e da temperatura a que a mistura queima. Alguns artesãos de vidro criam estes orifícios soprando directamente na peça, mas Thomas Ehle e outros preferem perfurá-los através do vidro com uma ponta de metal incandescente. A localização do orifício carb é fundamental; deve ser de fácil acesso durante o uso, por isso, os profissionais tendem a posicioná-lo junto ao local onde normalmente se segura no cachimbo.

10. Jateamento de areia (opcional)

Jateamento de areia (opcional)

Gosta do visual e textura de um bong com acabamento jateado? Não é o único — este processo confere ao vidro um aspeto fosco muito atrativo e ainda facilita o manuseamento devido à sua aderência melhorada. O método mais prático para jatear tubos de vidro é utilizar uma cabine de jateamento, que permite realizar a tarefa de forma controlada e sem sujidade.

11. Polimento com chama

Polimento a fogo

Depois do processo de jateamento, chega o momento de polir o bong para lhe conferir uma superfície lisa e brilhante. Para tal, os fabricantes passam rapidamente os tubos sob uma chama, fazendo com que a superfície do vidro derreta de forma muito breve. Este procedimento cria tensão superficial, resultando num acabamento uniforme, transparente e reluzente. O polimento a fogo é utilizado em vários tipos de vidro e termoplásticos, sendo essencial para dar ao produto um acabamento profissional.

12. Assinatura e adição de códigos QR

Assinar e adicionar códigos QR

Os bongs de vidro e pipes são verdadeiras peças de arte, merecendo tanto destaque como uma escultura ou um quadro. Por esse motivo, artistas vidreiros como Thomas Ehle, entre outros profissionais do ramo, finalizam sempre as suas criações com a sua assinatura pessoal. Além disso, há fabricantes que integram códigos QR nos seus pipes, permitindo aos utilizadores aceder facilmente a informações sobre garantias, promoções e outros benefícios exclusivos.

13. Recozimento no forno

O último passo para fabricar o bong de vidro perfeito é a recozedura. Nesta fase, os bongs são colocados num forno que aquece o vidro até cerca de 700°C. Este processo é essencial, pois elimina tensões internas no vidro, evitando que rache devido a choques térmicos ou mecânicos.

Juntando todas as peças

Os bongs de vidro são essenciais para muitos apreciadores. Apesar de aparentarem ser simples, o fabrico de cachimbos de vidro de qualidade envolve um trabalho minucioso e exigente. Neste artigo, explicámos os princípios básicos do processo seguido por artesãos profissionais como Thomas Ehle e outros para criar peças únicas. Se gostarias de experimentar criar o teu próprio bong ou cachimbo de vidro, ou aprofundar o tema, procura workshops de vidro na tua região.

Steven Voser
Steven Voser
Steven Voser é um jornalista independente especializado em canábis, com mais de seis anos de experiência a escrever sobre todos os aspetos da planta: desde os métodos de cultivo, às melhores formas de consumo, passando ainda pelo dinâmico setor e pelo complexo enquadramento legal que o envolve.
Headshop Produtos
Pesquisar em categorias
ou
Pesquisa