
Entrevista com Jon Hopkins sobre Música para Terapia Psicadélica
Nesta conversa com Jon Hopkins, exploram-se as inspirações e motivações que estiveram na origem de Music for Psychedelic Therapy, um novo álbum criado para ser utilizado em conjunto com psicadélicos, proporcionando uma experiência única; uma viagem interior.
Nesta entrevista aprofundada, conversamos com Jon Hopkins sobre a sua mais recente obra: Music for Psychedelic Therapy. Visionário no seu propósito, este álbum foi criado para acompanhar quem passa por experiências psicadélicas.
Podes ouvir a gravação completa desta entrevista no Spotify, disponível já agora. Nota: o áudio da entrevista está em inglês.
Através de sons que vão das florestas do Equador até aos campos do sul de Inglaterra, Hopkins criou algo verdadeiramente único. Entre o ambiente etéreo e a intensidade de uma sinfonia, este álbum é simultaneamente impactante e contido. É esta dualidade que lhe dá espaço para ser um guia discreto para quem explora as profundezas da experiência psicadélica, acompanhando sem impor.
Criando espaço para cada um embarcar na sua própria viagem interior, Music for Psychedelic Therapy é melhor descrito como um ambiente sonoro onde estar, em vez de apenas uma música para ouvir.
Max: O que despertou o teu interesse pelos psicadélicos? Foi algum momento marcante ou surgiu de forma gradual?
Jon: A minha relação com estas substâncias já tem muitos anos e é complexa. Tudo começou na adolescência, a explorar canábis – que nem sempre é considerada um psicadélico, mas para mim foi uma das experiências mais intensas. Eu não sabia o que estava a fazer e, claramente, exagerei.
Mas o que realmente mudou foi ter-me sido revelado um universo interior completamente novo, um verdadeiro mundo de maravilhas. Surgiram sensações de êxtase, sempre acompanhadas de música, com fenómenos físicos intensos e imagens visuais impressionantes.
Após dois anos, deixou de surtir efeito e, de certa forma, estava a tentar recuperar algo a que já não conseguia aceder; comecei até a sentir efeitos negativos. Por isso, parei por completo e só voltei a experimentar psicadélicos oito anos depois, já mais velho. Entretanto, aprendi a meditar e várias técnicas de respiração que me deram outra estabilidade e capacidade de explorar o meu mundo interno.
Max: Conseguir observar os nossos pensamentos de forma desapegada ajuda bastante a tirar partido das experiências psicadélicas, em vez de serem apenas desorientadoras.
Jon: Sem dúvida, é mesmo isso. Daí, quando decidi voltar aos cogumelos mágicos pela primeira vez, foi num ambiente seguro e deslumbrante, numa praia na Escócia, com amigos de longa data. Não foi algo cerimonial, foi mais espontâneo, entre risos e partilha.
A experiência foi extraordinária e pacífica, cheia de alegria. Senti-me profundamente ligado à natureza e, ao nascer do sol, parecia ver o mundo com olhos novos. São daqueles momentos que nos mudam.
Lembro-me de pensar na altura: como é incrível podermos colher um simples cogumelo e ele dar-nos uma experiência que nos faz querer proteger a natureza que o produziu. É quase como se fosse um mecanismo de autoproteção da própria Terra.
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