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Top 10 Medicinal Plants To Grow At Home
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Top 10 plantas medicinais para cultivar em casa

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Gosta de jardinagem e tem interesse em medicina natural? Descubra 10 plantas medicinais que pode cultivar facilmente em casa.

Mesmo com os avanços da medicina moderna, os remédios tradicionais e as soluções à base de plantas continuam longe de estar ultrapassados. Aliás, cada vez mais pessoas preocupadas com o seu bem-estar recorrem às plantas medicinais, não só para tratar problemas de saúde e sintomas específicos, mas também para fortalecer o organismo e prevenir doenças. Neste artigo, vamos destacar 10 plantas medicinais que pode cultivar facilmente em casa.

O que são plantas medicinais?

O que são plantas medicinais?

As plantas medicinais e as ervas possuem uma grande diversidade de compostos ativos que, quando consumidos ou aplicados de outras formas no organismo, são reconhecidos pelos seus benefícios para a saúde e capacidade para aliviar sintomas de diversas doenças. Apesar de, por vezes, a ciência moderna não conseguir explicar ao certo como estas plantas funcionam, é inegável o papel fundamental que desempenharam como base de práticas tradicionais ao longo de inúmeras gerações.

Os primeiros registos do uso de plantas para fins medicinais remontam a mais de 5.000 anos em tábuas de argila sumérias (The Largest Surviving Medical Treatise From Ancient Mesopotamia: History of Information, n.d.). Outros exemplos famosos deste conhecimento antigo incluem o Pen T'sao chinês de 2500 a.C., o Papiro Ebers do Egipto datado de 1550 a.C. e o De Materia Medica, escrito por Dioscórides no ano 60 d.C.

Acredita-se que muitos destes textos médicos antigos reúnam informação transmitida e aprimorada ao longo de milhares de anos. Há mesmo indícios arqueológicos de que povos do Paleolítico tinham alguma noção das propriedades medicinais de plantas e ervas. Alguns especialistas sugerem, por exemplo, que o famoso "Enterro das Flores" na caverna de Shanidar reflete não só rituais funerários complexos, mas também que estes povos já utilizavam, de forma consciente, ervas de valor terapêutico nos seus enterros (Dani, Pinill & Rodriguez, 2021).

Top 10 plantas medicinais

Gostaria de recorrer a ervas e plantas medicinais para cuidar da sua saúde e bem-estar? Descubra de seguida 10 plantas medicinais que pode cultivar facilmente em casa e ter sempre ao seu alcance para reforçar as defesas do organismo. Todas estas sementes, e muitas outras, estão disponíveis na quinta da Zammi.

1. Absinto

Wormwood

Artemisia absinthium, conhecida vulgarmente como losna, destaca-se pelo seu aroma herbal intenso e sabor amargo, sendo o principal ingrediente no célebre absinto e em alguns tipos de vermute. Natural da Europa, esta planta era tradicionalmente utilizada para eliminar parasitas intestinais e vermes (de onde vem o seu nome), bem como para atenuar sintomas e doenças do foro gastrointestinal (Richards, 2023).

Segundo a Encyclopedia Britannica, a losna também era empregue para aliviar dores (em especial as associadas à menstruação) e como abortivo. Atualmente, alguns profissionais de fitoterapia e homeopatia recomendam suplementos e extratos de losna (em doses moderadas) para favorecer a digestão e estimular o apetite.

Trata-se de uma planta resistente, que se adapta facilmente a diversos climas e já se encontra naturalizada em vários continentes. Fácil de cultivar, é uma excelente escolha para qualquer horta caseira de ervas aromáticas.

2. Anis

Anis

Anis, ou Pimpinella anisum, é frequentemente associado a pratos de inverno aromáticos e condimentados, mas as suas propriedades vão muito além da cozinha. O anis integra a lista de remédios naturais referenciados no Papiro Ebers egípcio, tendo sido utilizado para tratar problemas abdominais, do foro dentário, mordeduras de serpente e vertigens provocadas pelo parto. Os antigos egípcios valorizavam ainda o anis pelas suas propriedades afrodisíacas naturais e pela capacidade de estimular a sudação.

Já na Idade Média, o anis era indicado para doenças da vesícula, rins e fígado, bem como para epilepsia infantil, sendo ainda utilizado, por soldados na Guerra Civil Americana, como antisséptico (Universidade da Califórnia). Atualmente, tanto as folhas como as sementes são empregues em chás, infusões, tinturas e preparações tópicas.

Plante anis em casa para garantir uma colheita regular de folhas e sementes para usar como preferir. Só precisa de ter em atenção que esta planta anual não tolera bem o frio nem a humidade!

3. Artemísia

Mugwort

Artemisa é uma planta espontânea originária da Europa e do Leste Asiático, hoje encontrada em praticamente todo o mundo. Parente próxima do absinto, a artemisa destacou-se ao longo dos séculos tanto em práticas espirituais como medicinais e gastronómicas em várias culturas.

Na Grécia e Roma Antigas, a artemisa era dedicada nos templos às deusas Ártemis e Diana, reconhecidos como espaços de cura, especialmente destinados às mulheres.

Na Idade Média, a artemisa era utilizada para aliviar o cansaço e diferentes queixas físicas, como repelente de insetos e também para afastar energias negativas (Harford, n.d.). Na Ásia, esta erva continua a ter destaque tanto na culinária local como na medicina tradicional. É o principal componente do moxa, utilizado em pontos estratégicos na acupunctura chinesa (Deng & Shen, 2013), além de estar presente em várias receitas japonesas e coreanas.

Tal como o absinto, a artemisa é robusta e adapta-se facilmente, sendo uma aposta certeira para qualquer horta ou jardim solarengo.

4. Hissopo

Hissopo

Hissopo, cientificamente conhecido como Hyssopus officinalis, integra a família das mentas e é originário do sul da Europa e do Médio Oriente. Esta planta perene e aromática, com folhas verde-escuras e flores vibrantes em espiga, é utilizada há séculos na medicina tradicional para tratar desde constipações a infeções urinárias e problemas gastrointestinais (National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases, 2018).

Para além de ser apreciado em infusões, o hissopo pode ser utilizado externamente em gargarejos, banhos ou aplicado diretamente na pele. Os óleos essenciais de hissopo também são usados topicamente, sendo conhecidos pelas suas propriedades antissépticas. Tal como muitas outras ervas desta lista, o hissopo é um ingrediente versátil na culinária, conferindo um aroma suave de menta e um toque de alcaçuz a pratos doces e salgados.

Cultivar hissopo é bastante fácil: basta semear as sementes em local ensolarado e solo húmido, aguardando que as plantas cresçam antes de colher as folhas e flores.

5. Sálvia

Sálvia

A sálvia tem sido valorizada há milénios pelas suas utilizações espirituais, culinárias e medicinais, especialmente nos países mediterrânicos de onde é originária. Esta planta perene era muito apreciada pelos antigos Romanos e Gregos, que a usavam como diurético, para tratar feridas e mordeduras de serpente, estimular a menstruação, aliviar problemas respiratórios, dores de garganta e até epilepsia.

Na Europa medieval, o imperador Carlos Magno ordenou que a sálvia fosse cultivada em todos os jardins do império (Rodgers, 2014). Diversas variedades continuam a ser usadas, tanto na América (Tibbits, 2020) como na medicina tradicional chinesa (Millar, 2017).

Hoje em dia, a sálvia é uma das plantas mais presentes nas prateleiras dos fitoterapeutas e médicos naturais, podendo ser usada fresca, seca, em tinturas ou sob a forma de óleos essenciais. Cultivar Salvia officinalis proporciona-lhe uma forma simples de incorporar esta erva milenar nos seus hábitos de bem-estar.

6. Tomilho de inverno alemão

German Winter Thyme

Tomilho-dos-invernos alemão, ou simplesmente tomilho (Thymus vulgaris), é uma planta indispensável nas cozinhas portuguesas e mediterrânicas. As suas pequenas folhas arredondadas possuem um aroma intenso, terroso e herbal, que realça inúmeros pratos.

No entanto, a utilização do tomilho vai muito além da culinária. Desde há séculos que este arbusto perene tem sido valorizado na medicina tradicional pelas suas propriedades benéficas, nomeadamente no alívio de infecções do peito e da garganta, assim como no tratamento de vermes em crianças.

Os romanos relacionavam o tomilho com Vénus, deusa do amor, beleza e fertilidade, recorrendo a esta planta tanto em práticas medicinais, como no tratamento da epilepsia ou mesmo para induzir abortos. Segundo a obra herbal de Culpeper, o tomilho serve para fortalecer os pulmões, eliminar fleuma, aliviar a falta de ar, extinguir vermes intestinais, e ainda para aliviar problemas como a ciática, verrugas, dores e fraqueza da visão (University of California).

Tal como muitas outras ervas aromáticas, o tomilho prefere exposições soalheiras e solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. Depois de estar bem desenvolvido, pode utilizar as folhas frescas do tomilho para preparar infusões, gargarejos, ou simplesmente para dar mais sabor às suas receitas favoritas.

7. Ashwagandha

Ashwagandha

Conhecida também por cereja-do-inverno, a Ashwagandha é uma planta pertencente à família das solanáceas (Solanaceae), que cresce de forma espontânea na Índia, no Médio Oriente e em algumas regiões de África. No Ocidente, tornou-se popular como suplemento alimentar e ingrediente em produtos de saúde, mas é há muito tempo uma das plantas mais respeitadas da medicina ayurvédica tradicional.

Em particular, a Ashwagandha é classificada como uma erva rasayana, pelas suas reconhecidas propriedades no alívio do sofrimento e promoção da longevidade. No entanto, para além deste uso, os especialistas em ayurveda recomendam-na para tratar diversos problemas de saúde, como asma, bronquite, constipações, psoríase e reumatismo (Engels & Brinckmann, 2013).

Trata-se de um arbusto lenhoso de folha persistente, resistente e fácil de cultivar na maioria dos jardins de ervas aromáticas—basta garantir que o solo não fica demasiado húmido durante o inverno.

8. Malva

Malva

Originária da Europa, Norte de África e Ásia Ocidental, a Malva encontra-se hoje um pouco por todo o lado, seja em parques degradados, terrenos baldios ou jardins bem cuidados.

Ainda assim, esta planta, muitas vezes vista apenas como ornamental (ou até como erva daninha), foi utilizada durante séculos como alimento e remédio em diversas culturas. Os Romanos tinham particular apreço pela Malva, usando-a não só como emoliente e laxante, mas também como ingrediente em várias especialidades regionais.

Na região mediterrânica, é frequente encontrar receitas e remédios populares que recorrem a todas as partes desta planta. Na China, várias espécies de malva são consumidas e valorizadas há mais de 2.000 anos, destacando-se o seu uso como alimento e erva medicinal. Segundo a medicina tradicional chinesa, a Malva possui propriedades laxantes e diuréticas, ajudando também a aliviar tosse e problemas respiratórios.

Com tantas potencialidades, cultivar malva no seu jardim será muito mais do que uma questão de cor — é investir no bem-estar.

9. Valeriana

Valeriana

A valeriana pertence à família Valerianaceae e é originária da Europa e da Ásia, embora actualmente esteja presente em várias outras regiões. O seu uso medicinal remonta à Roma e à Grécia Antiga, onde tanto Hipócrates como Galeno a recomendavam como remédio natural para a insónia (NIH).

No livro "Herbal Completo de Culpeper", a valeriana é também descrita como útil no alívio de nervosismo, tremores, dores de cabeça e palpitações. Tem sido ainda utilizada para problemas digestivos, como espasmos no estômago, crises epilépticas e perturbação de hiperactividade e défice de atenção, embora ainda seja necessário mais investigação para comprovar a sua eficácia nestas situações. Actualmente, a valeriana continua a ser amplamente usada e estudos sugerem que os seus efeitos podem estar associados à acção sobre os receptores de GABA (NIH).

Se cultivar valeriana em casa, poderá aproveitar as folhas para adicionar a saladas e chá, ou ainda transformar a planta em extractos e tinturas caseiras.

10. Erva-de-são-joão

Erva-de-São-João

Erva-de-São-João é uma planta medicinal amplamente reconhecida, cujo nome se deve ao facto de florescer por altura do solstício de verão e da celebração de São João Baptista. O seu uso remonta ao século I d.C., sendo frequentemente mencionada pelo médico militar romano Proscurides—embora também Dióscorides e Plínio tenham recorrido à erva para tratar mordeduras de serpente e febres.

Durante a Idade Média, a planta era dada a pessoas e animais como proteção contra maus espíritos e bruxarias, tendo posteriormente sido descrita como um tratamento eficaz para feridas profundas, bem como um diurético e remédio para cálculos na bexiga, segundo a obra Herball de Gerard (Lee, 1999). Atualmente, a erva-de-São-João é conhecida sobretudo pelas suas propriedades no alívio natural da ansiedade e depressão, embora, tal como acontece com muitos remédios à base de plantas, sejam necessários mais estudos para comprovar a sua eficácia.

Se decidir cultivar erva-de-São-João, colha as flores durante o verão e seque-as para utilizar em infusões, ou experimente transformar a planta em extratos caseiros.

Plantas medicinais ao longo dos tempos

As plantas e ervas medicinais têm sido utilizadas há milhares de anos e continuam a ter um papel importante nos dias de hoje. Se pretende cuidar da sua saúde e bem-estar de forma natural, visite a Zammi's Farm para encomendar as sementes destas antigas plantas medicinais e desfrute da liberdade de cultivar os seus próprios remédios em casa.

Steven Voser
Steven Voser
Steven Voser é um jornalista independente especializado em canábis, com mais de seis anos de experiência a escrever sobre todos os aspetos da planta: desde os métodos de cultivo, às melhores formas de consumo, passando ainda pelo dinâmico setor e pelo complexo enquadramento legal que o envolve.
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