
Como transplantar com sucesso plantas de canábis autoflorescentes
Se já pesquisou um pouco sobre variedades de canábis autoflorescentes, provavelmente ouviu dizer que não é possível transplantá-las, independentemente do método. Apesar de ser, de facto, um processo exigente, está longe de ser impossível. Como vamos explicar, basta acertar no momento ideal, ser cuidadoso e conhecer bem as particularidades das plantas de canábis autoflorescentes.
De um modo geral, devido à sua natureza resistente, tamanho compacto, rápido desenvolvimento e adaptação a praticamente qualquer ciclo de luz, as genéticas autoflorescentes são as plantas de canábis mais fáceis de cultivar.
No entanto, quem cultiva nota que as autoflorescentes não lidam bem com grandes níveis de stress. Mais concretamente, estas plantas têm pouco tempo para recuperar após um incidente mais agressivo. Isto torna-se ainda mais desafiante caso seja necessário transferir a planta para um vaso maior. Devido ao seu crescimento acelerado, se hesitar demasiado tempo, corre o risco de as raízes ficarem apertadas no recipiente atual.
Por isso, recomenda-se colocar as autoflorescentes no vaso definitivo desde o início. Mesmo assim, se não houver essa possibilidade, não desanime. Embora seja um processo delicado e que exige atenção, transplantar plantas de canábis autoflorescentes está longe de ser impossível.
Compreender as plantas de canábis autoflorescentes
O primeiro passo para garantir o melhor desenvolvimento das tuas autoflorescentes é perceber exatamente de que tipo de planta de cannabis se trata e quais as suas necessidades.
A maioria das pessoas com conhecimentos básicos sobre cannabis reconhece as indicas e as sativas, duas subespécies da Cannabis sativa. No entanto, poucos têm noção da existência da terceira variante: a ruderalis.
Para ser honesto, a ruderalis por si só não tem atributos que entusiasmem muita gente. Originária da Sibéria e de outras regiões do norte, a cannabis ruderalis produz flores pequenas, com baixos teores de THC, e apresenta habitualmente um aspeto menos atrativo se comparada com variedades comerciais ou caseiras.
Mas existe uma característica que destaca a ruderalis: a capacidade de florescer independentemente do ciclo de luz. Esta variedade adaptou-se a regiões onde a exposição solar é quase constante ou, pelo contrário, quase inexistente, não dependendo das estações do ano para iniciar a floração. Como tal, evoluiu para florir automaticamente ao atingir determinada idade, dando origem ao termo “autoflorescente”.
Por isso, os cultivadores começaram a cruzar sementes de ruderalis com plantas tradicionais de indica e sativa. O objetivo? Obter genéticas que mantivessem o perfil de canabinóides e terpenos do progenitor tradicional, aliadas à capacidade autoflorescente da ruderalis. Embora as primeiras experiências não fossem as mais promissoras, as autos modernas são, hoje, praticamente indistinguíveis das variedades fotoperiódicas, tanto no aspeto como no sabor e aroma.
É possível transplantar plântulas de cannabis autoflorescente?
Apesar desta optimização genética, isso não elimina o facto de que as plantas autoflorescentes dispõem de pouco tempo para recuperar de situações de stress intenso. Ao concentrarem toda a sua energia num crescimento acelerado, qualquer interrupção nesse processo pode ter consequências marcantes.
Esta característica torna o transplante ainda mais delicado do que o habitual. Perante este cenário, é natural perguntar-se se não será preferível transplantar as suas autoflores quando são apenas plântulas. Afinal, como o sistema radicular ainda é reduzido, não faria mais sentido transplantar nesta fase do que quando a planta já formou muitas raízes? Na realidade, isso pode não ser o ideal. Por serem extremamente frágeis nestes primeiros estágios, corre-se o risco de causar danos irreversíveis, dificultando ainda mais o desenvolvimento saudável das suas autoflorescentes. Por isso, o mais recomendado é aguardar até a planta apresentar alguns nós com folhas "verdadeiras" antes de proceder ao transplante.
Como o transplante afeta as plantas de canábis autoflorescentes?
Ao longo deste artigo, provavelmente já se questionou qual é realmente o impacto do processo de transplante nas plantas de canábis. Desde que regressem à terra rapidamente, parece que nada mudou, certo?
Aparentemente, pode parecer algo simples, mas o verdadeiro problema acontece a nível das raízes. Para explicar, ao serem retiradas do solo (ou água, coco, etc.), as raízes sofrem um choque, o que pode travar o desenvolvimento da planta. No pior cenário, a sua planta pode demorar uma semana ou mais a retomar o crescimento, o que é significativo considerando que a fase vegetativa das autoflorescentes raramente ultrapassa as 4 semanas. No entanto, este stress pode ser bastante reduzido, desde que o transplante seja feito no momento certo e com as técnicas adequadas.
Qual é a melhor altura para transplantar plantas de canábis autoflorescentes?
Então, qual é afinal o momento certo para fazer o transplante?
Como já referimos antes, convém evitar fazê-lo demasiado cedo. Por outro lado, também não quer deixar que a planta fique demasiado grande para o vaso atual ou difícil de manusear. A altura ideal depende de cada exemplar, mas, de forma geral, deve esperar até que a planta esteja suficientemente desenvolvida para ser treinada (com pelo menos 3 a 5 nós).
No entanto, atingir essa fase não significa avançar logo com o transplante. Assim que a planta estiver robusta, mas ainda fácil de mover, o ideal é aguardar até pouco antes do período de escuridão (caso use um). Espere também que o solo esteja ligeiramente seco, pois isso facilita bastante a remoção da planta.
Como transplantar plantas de canábis autoflorescentes
Assim que sentires que chegou o momento certo, deves agir de imediato. Para que tudo corra sem problemas, certifica-te de que tens todo o material necessário à mão e segue o nosso guia passo a passo. Felizmente, não são precisos muitos utensílios para realizar este processo.
Material necessário
- O mesmo solo onde a sua planta está atualmente a crescer
- O vaso final onde a planta irá permanecer
- Água para humedecer a terra onde irá colocar a planta
E é tudo! O mais importante é garantir que o transplante decorre de forma suave.
Guia passo a passo
Sem mais demoras, veja como pode transplantar as suas plantas de canábis autoflorescentes.
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Encha o novo vaso até cerca de metade com substrato.
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Se a planta estiver num vaso de plástico, pressione suavemente as laterais para soltar as raízes.
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Coloque a mão sobre o topo do vaso e vire-o ao contrário com delicadeza, desenformando o conjunto de raiz e solo sem partir as raízes.
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De imediato, posicione a planta no novo vaso, evitando qualquer contacto direto com as raízes, pois isso pode danificá-las e até provocar apodrecimento.
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Complete o vaso com mais substrato e pressione suavemente para garantir que o solo envolve bem as raízes.
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Regue generosamente (sem exageros), pois isso vai ajudar as raízes a adaptarem-se e a estenderem-se pelo novo substrato.
Prepare-se antecipadamente para evitar o transplante de autoflorescentes
Na verdade, o ideal é mesmo planear tudo com antecedência para evitar ter de transplantar as plantas. Mesmo quando o transplante é feito de forma impecável, as plantas autoflorescentes raramente atingem o mesmo potencial do que aquelas que são cultivadas diretamente no vaso final. Por isso, a melhor abordagem é prevenir e garantir que as suas autoflorescentes são semeadas logo no recipiente onde vão crescer até à colheita.
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