Como maximizar o rendimento com canábis de floração automática

Como maximizar a colheita com canábis autoflorescente

Luke Sumpter
Luke Sumpter
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Durante muito tempo, as genéticas autoflorescentes foram associadas a baixas produções e menor potência. No entanto, os híbridos modernos vieram mudar esse cenário: atualmente, as autoflorescentes oferecem colheitas generosas de flores tão potentes quanto as das variedades tradicionais, sem comprometer a rapidez pela qual são conhecidas. Descubra neste guia como maximizar o potencial das suas autoflorescentes e obter resultados de excelência.

As plantas de canábis autoflorescente proporcionam resultados rápidos. A sua genética ruderalis advém de ancestrais russos que se adaptaram a estações de cultivo curtas e com condições adversas. Apesar do seu ciclo de vida mais curto e da sua notável resistência, algumas pessoas descartam estas variedades por considerarem que produzem menos e têm menor potência.

Mesmo que muitas autoflorescentes não atinjam o porte invejável das variedades fotoperiódicas, é possível ajustar o ambiente de cultivo para potenciar a sua produção. Com algumas alterações simples, pode fazer com que estas plantas atinjam o seu verdadeiro potencial, alcançando resultados que muitas vezes rivalizam com os das suas congéneres fotoperiódicas.

Canábis autoflorescente: menos produtiva?

Variedades autoflorescentes evoluíram imenso nas últimas décadas. No início, surpreenderam cultivadores pela rapidez do seu ciclo de vida e pela robustez genética. Adaptavam-se a praticamente todas as condições e comportavam-se verdadeiramente como ervas daninhas.

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No entanto, os baixos rendimentos e fraca potência acabavam por diminuir o interesse nestas características. Normalmente, quem cultiva procura alcançar dois objetivos principais: flores potentes e em grandes quantidades. Graças a várias gerações de cruzamentos seletivos, estabilização e aprimoramento dos melhores traços, os produtores conseguiram criar sementes autoflorescentes que oferecem rendimentos e potência significativamente superiores à primeira geração. Agora, é possível obter excelentes resultados num espaço de tempo reduzido.

Aumentar os rendimentos: Autos vs Fotoperiódicas — As diferenças

Aumentar Colheitas: Autoflorescentes vs Fotoperiódicas

Os cultivadores devem adotar abordagens distintas para maximizar a produção, consoante estejam a trabalhar com variedades autoflorescentes ou fotoperiódicas.

Veja abaixo as principais diferenças entre ambas.

Autoflorescentes:

  • Desempenham-se melhor com treinos mínimos
  • Necessitam de menos nutrientes
  • São resistentes, mas menos tolerantes a grandes níveis de stress

Fotoperiódicas:

  • Produzem mais quando são treinadas e podadas
  • Permitem prolongar a fase vegetativa conforme desejado
  • Dão-se melhor em substratos ricos em nutrientes

O que influencia a produção das autoflorescentes?

O que afeta o rendimento de uma autoflorescente?

Ao tentar maximizar a produção de uma variedade autoflorescente, é fundamental considerar tanto factores internos como externos. As características genéticas determinam apenas parte do resultado final da colheita. Cabe ao cultivador criar as condições ambientais ideais para permitir que a planta atinja o seu máximo potencial.

Genética

Começar com a genética certa é fundamental para garantir uma base sólida. Os cultivadores têm à disposição uma vasta gama de variedades autoflorescentes, com diferentes traços genéticos. Procure uma planta criada por produtores especializados para oferecer altos níveis de produtividade. Não se esqueça também de considerar os efeitos e o sabor da variedade, para garantir que o resultado final seja do seu agrado.

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Intensidade e distribuição da luz

A luz é um dos elementos mais essenciais para a sobrevivência das plantas, desempenhando um papel fundamental na fisiologia da canábis. É a luz que impulsiona a fotossíntese, possibilita que a planta produza açúcares e estimula o crescimento e a produtividade. Para garantir a intensidade e cobertura ideias, recomenda-se utilizar um painel LED de 200W por cada planta.

Posicionamento da luz

O que influencia o rendimento de uma autoflorescente: posição da luz

Colocar as luzes demasiado longe do topo das plantas vai abrandar o crescimento, enquanto posicioná-las demasiado perto pode causar queimaduras por excesso de luz. O ideal é manter a fonte de luz entre 30 a 50 cm acima do dossel das plantas. Vigie de perto o seu cultivo e esteja atento a sinais de queimadura nas folhas, sobretudo se optar pela distância mínima recomendada.

Espectro de luz

Os cloroplastos presentes nas folhas de canábis captam a luz e, com a ajuda da água e do dióxido de carbono, transformam-na em energia. Estes orgánulos especializados preferem determinadas regiões do espectro luminoso. Os LEDs azuis (400–500 nm) promovem o crescimento durante a fase vegetativa, enquanto os LEDs vermelhos (620–780 nm) potenciam o desenvolvimento das flores na fase de floração.

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Ventilação

As plantas de canábis precisam de respirar. Durante o processo de respiração, absorvem oxigénio e libertam dióxido de carbono através de pequenas aberturas nas folhas chamadas estomas. Para corresponder a essa necessidade, é fundamental assegurar uma boa ventilação no espaço de cultivo, recorrendo a ventoinhas de entrada e de extração. Além disso, uma ventilação adequada contribui para evitar o aparecimento de fungos e outras doenças.

Temperatura

Factores que influenciam a produção de autoflorescentes: Temperatura

Se o ambiente do seu cultivo estiver demasiado quente ou frio, as plantas vão ressentir-se e ficar sob stress. Estas condições adversas fazem com que o crescimento abrande, aumentam o risco de pragas e doenças e acabam por reduzir a colheita final. O ideal é manter o espaço de cultivo entre 20 e 30 °C, sendo os 25 °C a temperatura mais indicada para um crescimento saudável.

Se vive numa zona onde as temperaturas são extremas, é aconselhável utilizar ar condicionado ou aquecedores no espaço de cultivo. Para garantir que a temperatura permanece estável, pode automatizá-la com um sensor e controlador.

Nutrientes

As plantas autoflorescentes beneficiam de níveis mais baixos de nutrientes. Apesar de precisarem de uma quantidade equilibrada de macro e micronutrientes para crescerem e se desenvolverem, necessitam de muito menos do que as plantas fotoperiódicas. Excesso de azoto pode ser particularmente prejudicial para o seu sistema radicular. Comece pela mistura de solo recomendada abaixo e só adicione nutrientes suplementares caso surjam deficiências.

Solo

Comece por utilizar uma mistura de solo leve e arejada para garantir que estas plantas resistentes se adaptem facilmente. A composição abaixo oferece os nutrientes necessários, boa ventilação e excelente drenagem:

  • 3 partes de turfa
  • 3 partes de composto
  • 2 partes de perlita humedecida
  • 1 parte de vermiculite humedecida

Pragas e doenças

O que afeta a colheita das autoflorescentes: pragas e doenças

Pragas e doenças podem prejudicar gravemente o desenvolvimento das plantas de canábis. Estes ataques vão desde pequenas mordidas nas folhas até à destruição completa de uma planta. Insetos e fungos fazem parte do ecossistema e estarão sempre presentes. Alguns organismos até são benéficos, mas muitos podem causar danos consideráveis. Descubra abaixo como proteger eficazmente as suas plantas destes riscos.

Treino

O treino de plantas engloba várias técnicas destinadas a aumentar a produção e a otimizar o espaço disponível. Através destes métodos, os cultivadores conseguem moldar as suas plantas e até controlar o número de pontos de flor em cada exemplar. No entanto, práticas como podar, fazer pressão ou fimming exigem algum tempo de recuperação por parte das plantas. Como as variedades autoflorescentes têm um ciclo de vida mais curto, o treino nestes casos costuma ser aplicado com moderação, ou até evitado, para não comprometer a colheita.

pH

O pH do solo tem um papel fundamental na saúde das plantas. Cada solo apresenta um valor de pH específico, que indica o nível de acidez ou alcalinidade do substrato. As raízes de canábis necessitam de um pH adequado para conseguirem absorver de forma eficiente os nutrientes necessários. Quando o pH se encontra fora da faixa ideal, pode ocorrer bloqueio na absorção de nutrientes.

Rega

O que influencia a produção das autoflorescentes: rega

As plantas de canábis necessitam de água tanto quanto de luz solar e nutrientes. Este elemento vital permite que transportem nutrientes essenciais e permaneçam firmes e saudáveis. No entanto, muitos cultivadores iniciantes acabam por exagerar na rega devido ao excesso de zelo, o que resulta frequentemente em apodrecimento das raízes, folhas murchas e colheitas reduzidas.

Tamanho do vaso

O tamanho do vaso é um fator crucial a ter em conta quando cultiva canábis. Vasos pequenos restringem seriamente o crescimento e a produção das plantas, enquanto recipientes demasiado grandes podem fazê-las ultrapassar o tamanho pretendido. Na maioria dos casos, vasos de 11 litros são ideais para a maioria das variedades autoflorescentes.

As melhores dicas para maximizar os rendimentos das autoflorescentes

As melhores dicas para maximizar os rendimentos das autoflorescentes

Agora que já tem conhecimento dos principais fatores que influenciam a produção das plantas autoflorescentes, está na altura de descobrir as melhores estratégias para maximizar os seus rendimentos.

Planeie com antecedência

As automáticas desenvolvem-se a grande velocidade — mesmo! Apesar de serem mais simples de cultivar, têm pouco tempo para recuperar de grandes alterações ou erros. Por isso, garante que tudo está preparado de antemão: desde as ventoinhas e iluminação, ao espaço disponível e plano de rega.

Evita o risco do transplante

A maioria das plantas autoflorescentes desenvolve-se do estado de semente até à colheita em cerca de 10 semanas. Para garantir o melhor crescimento, evite situações que possam causar-lhes stress excessivo, como o transplante. O stress causado pelo transplante pode obrigar a planta a demorar entre alguns dias a uma semana para recuperar, o que representa uma parte significativa do tempo total de cultivo.

Certifique-se de que os vasos têm uma boa drenagem

Dicas para maximizar produções autoflorescentes: assegure uma boa drenagem dos vasos

Demasiada água ou encharcamento impedem que as raízes absorvam os nutrientes de forma eficaz. Como o ciclo destas plantas é rápido, qualquer paragem no crescimento pode prejudicar seriamente a colheita. Para evitar este problema, misture perlita no substrato de modo a garantir espaços de ar e canais de drenagem suficientes.

Reduza os nutrientes

Evite adicionar demasiados nutrientes ao solo. Apesar de poder parecer benéfico, este excesso pode atrasar o desenvolvimento das plantas. As variedades automáticas desenvolvem-se melhor em substratos menos ricos em nutrientes. Um excesso de azoto pode danificar as raízes e inibir o crescimento.

Controle o pH

Vigie atentamente o pH do solo e assegure-se de que se mantém entre 6.0 e 7.0. Utilize um medidor de pH para obter uma leitura precisa e recorra a produtos próprios para aumentar ou diminuir o pH conforme necessário.

Defina o ciclo de luz ideal

Dicas para maximizar as colheitas de autoflores: Definir o ciclo de luz ideal

Ligue as lâmpadas LED a um temporizador para automatizar a iluminação e simplificar o seu trabalho. Recomendamos um ciclo de luz de 18 horas ligadas e 6 horas desligadas. Este horário proporciona às plantas tempo suficiente para potenciar a fotossíntese, garantindo ao mesmo tempo o descanso e a recuperação necessários.

Aplique as técnicas de treino adequadas

Sê cuidadoso com o treino. Técnicas demasiado agressivas podem causar stress às plantas e obrigá-las a passar por um período de recuperação, reduzindo assim uma semana ou mais ao crescimento ativo. Opta antes por métodos de baixo stress, moldando e treinando a planta ao prendê-la cuidadosamente à borda do vaso. Cerca de três semanas após o início do cultivo, prende o topo da planta para que os ramos cresçam na vertical. Assim, aumentas a produção sem prejudicar a planta.

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Utiliza micorrizas

Adicione fungos micorrízicos ao seu substrato para promover uma teia alimentar saudável no solo. Estes fungos simbióticos unem-se às raízes do cultivo de canábis, ampliando a rede radicular, decompõem matéria orgânica e entregam nutrientes em troca dos açúcares produzidos pela planta. Além de afastarem pragas, potenciam a produção na fase de floração.

Plantas companheiras

Dicas para Maximizar Produções de Autoflorescentes: Plantar Espécies Companheiras

Quer cultive em casa ou no exterior, as plantas companheiras são excelentes aliadas para proteger o seu cultivo de insetos que se alimentam das folhas do cannabis. Espécies como endro, camomila, lavanda e manjericão ajudam a afastar pragas enquanto atraem insetos benéficos para o ambiente.

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Adicione CO₂ à sua sala de cultivo

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Se pretende obter os melhores rendimentos das suas automáticas sem causar um stress significativo, experimente adicionar CO₂ à sua sala de cultivo. Este método pode resultar em colheitas mais abundantes e numa floração mais eficiente, sem que as plantas precisem de tempo para recuperar.

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