Os 10 factos mais importantes sobre produção de cerveja artesanal em casa
Fatos fascinantes sobre cerveja e fabricação artesanal em casa
Se gosta de preparar a sua própria cerveja em casa, então vai adorar conhecer estes 10 factos fascinantes sobre cerveja e produção caseira. A cerveja existe há, pelo menos, sete mil anos. Antigamente, fabricar cerveja era uma tarefa doméstica habitual e, actualmente, está a ganhar cada vez mais popularidade entre entusiastas de todo o mundo.
Homebrewing e você
Preparar a sua própria cerveja em casa está a tornar-se cada vez mais popular. O homebrewing consiste precisamente na produção de cerveja, em pequena escala, para consumo pessoal. Para além de ser uma alternativa bastante económica — já que os kits caseiros são muito mais acessíveis do que a maioria das cervejas disponíveis em lojas — oferece ainda a oportunidade de criar a cerveja ideal, à medida dos seus gostos, no conforto de casa. Pode ajustar o teor alcoólico, o sabor, a textura e até o corpo da cerveja, adaptando cada detalhe ao seu próprio paladar.
Hoje em dia, assistimos ao aparecimento de microcervejarias por todo o lado, e as lojas online especializadas nunca estiveram tão ocupadas. Fazer cerveja artesanal em casa é um hobby criativo e económico, com uma longa tradição. Descubra, a seguir, dez curiosidades que pode partilhar com os amigos durante a próxima rodada da sua cerveja feita em casa.
FACTO #1 TIRE ESSE AROMA A MOFADO DAQUI!
Até à década de 1930, a cerveja era habitualmente engarrafada em recipientes de vidro verde ou transparente. Quando estas garrafas eram guardadas em locais escuros e frescos, a cerveja mantinha todo o seu aroma e sabor. No entanto, ao serem expostas à luz, desenvolviam um aroma desagradável, semelhante ao de mofado ou "skunky". Para evitar este problema, começámos a usar garrafas de vidro castanho, que bloqueiam a entrada de luz. É também por este motivo que medicamentos e óleos essenciais são armazenados em frascos castanhos. As cervejas com baixo teor de lúpulo não são afetadas pela luz e podem continuar a ser armazenadas em garrafas verdes ou transparentes. Já as cervejas com elevado teor de lúpulo precisam de ser conservadas em garrafas castanhas.
FACTO #2: PRODUÇÃO ARTESANAL NO PÓLO SUL
A Antártida pode ser um deserto gelado e inóspito, mas a produção artesanal de cerveja faz parte do quotidiano deste continente gelado. Não existe uma população nativa, mas durante a época de investigação de verão, o número de habitantes pode chegar às 4.000 pessoas. Ao contrário das bases americanas, onde a regulamentação restringe o consumo de álcool, as bases australianas já há muito que se dedicam à sua própria cervejeira. A base Casey conta com o “Casey Brew Club”, que mantém o bar da base, o “Splinters”, sempre bem abastecido com esta refrescante bebida dourada.
Fato nº 3: O fermento pode ser reutilizado
O fermento é um organismo vivo que se multiplica quando recebe açúcar e calor. O fermento de cervejeiro utilizado na produção de cerveja pode ser reutilizado várias vezes. Após o término da fermentação, é possível lavar o fermento para utilizá-lo novamente. Esta é uma dica valiosa para qualquer entusiasta da produção caseira. Um dos métodos consiste em verter um litro de água fria e esterilizada sobre o bolo de fermento, agitar bem e transferir para outro recipiente igualmente esterilizado. Deixe repousar durante meia hora e, depois, decante o líquido turvo, deixando para trás o fermento morto, resíduos sólidos e fragmentos de lúpulo e grãos usados. Cubra a mistura de fermento com folha de alumínio esterilizada.
FACTO Nº4: FABRICAÇÃO DE CERVEJA NA CASA BRANCA
Presidentes dos Estados Unidos, desde Thomas Jefferson, já produziram a sua própria cerveja. No entanto, Barack Obama foi o primeiro a fazê-lo dentro da própria Casa Branca. A partir do início do seu mandato em janeiro de 2011, os chefs da residência começaram a preparar a “White House Honey Ale”, utilizando um kit de fabrico de cerveja adquirido pelo próprio Obama. Nos anos seguintes, juntaram-se à carta a “White House Honey Blonde Ale”, a “White House Honey Porter” e a “White House Honey Brown”. O mel utilizado vem das colmeias instaladas no relvado sul. A receita pode ser encontrada no blogue oficial da Casa Branca.
Facto #5: O lúpulo é parente da canábis
O lúpulo pertence à mesma família botânica da canábis, a Cannabaceae, sendo por isso plantas bastante próximas do ponto de vista genético. Ambas exibem semelhanças nas folhas de formato palmatado e nas estruturas das flores, que são compostas por cálices sobrepostos. Partilham ainda o terpeno humuleno, responsável por aromas e sabores característicos. Em 2002, cientistas confirmaram, através do sequenciamento genético, que estas plantas são muito próximas, o que explica a sua composição molecular semelhante e alguns dos efeitos que provocam nos seres humanos.
FACTO #6 AS TEMPERATURAS DE MACERAÇÃO INFLUENCIAM OS SABORES?
A temperatura da maceração influencia a qualidade da cerveja? Segundo um recente "exbeerimento", a resposta não é linear. Durante a produção, notaram-se diferenças claras. Porém, tudo depende do paladar de cada um ao distinguir entre uma maceração standard e uma maceração aquecida. Num teste triplo-cego, os provadores foram convidados a dar a sua opinião sobre aroma, sabor e textura. As respostas foram muito variadas e não se chegou a um consenso. A melhor maneira de tirar dúvidas é adquirir um kit de produção de cerveja e fazer o teste por si próprio para descobrir qual o método que prefere.
Facto nº7: O que têm em comum o pão e a cerveja?
Fazer pão e produzir cerveja partilham um elemento essencial: o versátil fermento. Este microrganismo, dos primeiros a ser domesticado pelo ser humano, está presente sempre que há pão levedado, cerveja ou vinho. Embora não se saiba ao certo como começou esta relação, sabe-se que, em ambos os processos, o fermento desempenha um papel fundamental. Quando é aquecido e recebe açúcar, mas não oxigénio, o fermento transforma o açúcar em energia, libertando como resíduos o dióxido de carbono e o álcool. O dióxido de carbono faz a massa do pão crescer e dá as bolhas à cerveja. No caso do pão, o processo de cozedura elimina o fermento antes que este produza álcool em excesso. Já na cerveja, o fermento é inativado quando o teor alcoólico atinge cerca de 10%. Um brinde ao fermento, indispensável nas nossas mesas!
FATO #8 O fabrico artesanal de cerveja é milenar
O ser humano fabrica e consome cerveja há pelo menos 7.000 anos. Durante milénios, produzir cerveja em casa — também chamada de cerveja artesanal — era a norma, pois só mais tarde surgiria a produção industrial e a comercialização em larga escala. A prática começou no período Neolítico em regiões como a Mesopotâmia (atual Iraque), Egipto e China.
Em diversas culturas antigas, a produção de cerveja estava habitualmente a cargo das mulheres e era vista como parte integrante das tarefas domésticas, muitas vezes associada à arte de cozer pão. Na China da dinastia Tang, em Roma e na Grécia Antiga, fabricar cerveja era uma rotina comum, normalmente executada por escravos, sob a supervisão da matriarca da casa. Com a chegada da Revolução Industrial, a tradição da cerveja caseira foi perdendo terreno para a produção comercial, impulsionada também pela criação de impostos que desincentivavam o fabrico doméstico, favorecendo a compra de cervejas industrializadas. A maioria dos países acabaria por abolir esses impostos entre as décadas de 1920 e 1970, permitindo assim um forte renascimento da cultura do fabrico de cerveja em casa.
FACTO #9 AS RESSACAS DA CERVEJA ARTESANAL SÃO MAIS LEVES
As ressacas provocadas por cerveja artesanal não costumam ser tão intensas como as das cervejas industriais. Para além de recorrerem frequentemente a químicos duvidosos para prolongar a validade e eliminar o excesso de levedura, as cervejas comerciais são pasteurizadas e filtradas de forma a remover o teor de vitamina B. Esta vitamina é um verdadeiro aliado do cérebro e contribui para aliviar os sintomas das ressacas. Por outro lado, a cerveja artesanal mantém todas as vitaminas do complexo B, o que ajuda naturalmente a tornar as ressacas mais suaves. Além disso, ao produzir a sua própria cerveja tem controlo total sobre os ingredientes: pode optar por cereais biológicos para uma bebida mais nutritiva, água de nascente e os açúcares de maturação à sua escolha, tornando cada copo uma opção mais saudável.
FACTO #10 ATÉ AS CELEBRIDADES APRECIAM HOMEBREW
Também as celebridades estão a desfrutar das vantagens de fazer cerveja em casa. Algumas levam até mais longe e lançam as suas próprias marcas no mercado. O conhecido Tom Green, em colaboração com a Beau’s All Natural Brewing Company, criou uma milk stout de 5%, batizada de Tom Green Beer. Bruce Dickinson dos Iron Maiden teve sucesso com a sua ale inglesa de 4,7%, desenvolvida em conjunto com a Robinsons Brewery em Stockport. Para os fãs de Star Trek: A Nova Geração, Wil Wheaton — que interpretou Wesley Crusher — lançou a sua própria cerveja, a Wootstout. Produzida em parceria com a Stone Brewing Company, esta imperial stout apresenta uns impressionantes 13% de teor alcoólico e é feita a partir de centeio, malte de trigo e nozes-pecã, além de ser envelhecida em barris de bourbon.
Viva a cerveja
A cerveja acompanha-nos praticamente desde os primórdios da civilização. Produzi-la traz benefícios semelhantes à meditação, pois o foco necessário para o processo ajuda a esquecer, ainda que por instantes, as preocupações do dia-a-dia. Considera-se a cerveja um excelente facilitador social, razão pela qual bares e pubs foram criados para reunir pessoas, conversar e, claro, desfrutar de uma boa cerveja. Produzir a sua própria cerveja em casa é um passatempo relaxante e criativo que qualquer apreciador desta bebida dourada deveria experimentar pelo menos uma vez.
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