Top 5 celebridades que nunca imaginaria serem a favor do consumo de canábis

Os defensores da cannabis podem surgir nas formas mais inesperadas. Por vezes, quem julgamos ser apoiante do consumo de marijuana pode, afinal, opor-se, enquanto pessoas aparentemente reservadas são, na realidade, conhecedoras e adeptas da causa. No mundo da cultura popular, existem verdadeiros ícones desta planta — personalidades cujas ações em prol da legalização rivalizam apenas com o seu consumo responsável.

No entanto, há também muitas celebridades que são adeptas ou consumidoras de cannabis, mas preferem manter-se longe dos holofotes, ao contrário de nomes como Snoop Dogg e Willie Nelson. Descubra, de seguida, os cinco nomes mais surpreendentes de figuras públicas a favor da erva. Provavelmente não serão as primeiras pessoas de quem se lembraria quando se fala em ícones da cannabis, mas, depois de conhecer esta lista, terá um novo grupo de famosos para admirar.

1. BARACK OBAMA

Falando abertamente sobre o seu passado enquanto consumidor de canábis, o antigo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nunca escondeu que já experimentou a planta. Durante a sua juventude no Havai, Obama destacou-se ao criar, com amigos, o conceito de “TA” – absorção total – que consistia em manter o fumo nos pulmões durante mais tempo, para potenciar a absorção máxima de THC pelo organismo antes de expirar. Assim, só quando sentisse que já tinha retirado todo o efeito, estava "autorizado" a deitar o fumo fora.

Curiosamente, Obama também era conhecido por interromper os círculos de partilha de charros e, sem grande cerimónia, aproveitar distrações para dar umas passas extra — uma atitude longe de ser presidencial, mas que ficou para a história como uma divertida recordação da sua adolescência.

Hoje em dia, Obama já não consome canábis (pelo menos publicamente), mas mantém uma postura tolerante em relação à posse e ao consumo. Durante o seu mandato, perdoou vários condenados por delitos menores relacionados com drogas leves e defendeu que a canábis deveria ser tratada como o tabaco e o álcool. Na sua última entrevista enquanto presidente, em 2016, Obama esclareceu que não queria promover o consumo, mas defendeu uma abordagem centrada na saúde pública em vez da criminalização.

Longe dos tempos da “Choom Gang” — um grupo de amigos que se reunia para jogar basquetebol e fumar canábis —, Obama é hoje uma figura improvável no universo da cultura canábica, continuando a conquistar admiração em tempos de maior conservadorismo político.

2. MADONNA

Apesar de ser conhecida por desafiar convenções e estar frequentemente envolvida em polémicas, Madonna raramente é associada ao consumo de cannabis. A cantora norte-americana mantém os seus hábitos relativamente discretos, mas, à semelhança de muitos outros artistas, recorre à erva como uma fonte de inspiração criativa.

Numa entrevista recente, Madonna admitiu ter fumado um charro antes de participar num episódio polémico do The Tonight Show com David Letterman. A cannabis tem-lhe servido, ao longo dos anos, como uma ajuda para lidar com a pressão dos paparazzi e das críticas constantes, sendo uma aliada importante na sua longa carreira.

A influência de Madonna no universo da música pop é praticamente inigualável. Com uma carreira construída na reinvenção constante do seu estilo e som, representa na perfeição a imagem do consumidor de cannabis bem-sucedido e dinâmico. Próxima dos 60 anos, continua a lançar novos álbuns e a esgotar salas de espetáculos um pouco por todo o mundo com atuações energéticas.

Mais recentemente, Madonna esteve no centro das atenções devido ao seu filho Rocco, de 16 anos, que foi detido em Londres por posse de marijuana. O incidente gerou enorme atenção mediática, mas a artista, fiel ao seu estilo, respondeu com tranquilidade, demonstrando apoio ao filho e apelando à privacidade da família face ao escrutínio público.

3. STING

Em 2010, Sting, líder da banda Police e ativista, escreveu um artigo para o Huffington Post intitulado "Vamos pôr fim à Guerra contra as Drogas". Para além do título audaz, o texto gerou surpresa pela autoria. Sting demonstrou-se verdadeiramente incomodado com as restrições ao acesso a produtos de canábis medicinal por parte dos pacientes.

Se dúvidas houvesse sobre o seu apoio à canábis, o próprio Sting admitiu, numa entrevista publicada na Rolling Stone em 2014, que recorre à planta enquanto fonte de inspiração criativa. «Se estou bloqueado num verso ou se uma ideia parece não avançar, às vezes uma passa de erva ajuda a destravar», confidenciou ao jornalista Ryan Reed. No entanto, esclareceu que não é propriamente um consumidor social, preferindo utilizar a canábis enquanto ferramenta artística, "como se fosse uma caneta".

Em 2011, Sting subscreveu uma carta aberta ao então Primeiro-Ministro David Cameron apelando à descriminalização da posse de drogas. O músico argumentou: «Atribuir registos criminais a jovens por posse de pequenas quantidades de droga não serve praticamente para nada – está na hora de procurar abordagens mais inteligentes para lidar com o consumo de drogas na nossa sociedade».

O estilo musical de Sting é claramente marcado por referências a culturas de todo o mundo, algo que também se reflete no seu envolvimento em campanhas pelos direitos humanos, esforços de auxílio em catástrofes e respostas a crises ambientais.

Além de ser hoje um reconhecido ícone da canábis e defensor do uso medicinal da planta, Sting construiu uma carreira musical invejável, recebendo múltiplos prémios Grammy, tanto com os Police como a solo.

4. MICHAEL PHELPS

Ser um dos maiores atletas de sempre e, ao mesmo tempo, consumidor de canábis é uma prova da segurança que esta planta pode oferecer. Michael Phelps é o atleta olímpico mais medalhado da história e, para muitos, um verdadeiro herói do desporto nos Estados Unidos.

Em 2009, durante uma visita à Universidade da Carolina do Sul, Phelps foi apanhado numa fotografia a utilizar um bong, mostrando bastante à-vontade. Mais tarde, acabaria por admitir em entrevistas que estava mesmo a consumir canábis. O caso desencadeou uma enorme polémica mediática: Phelps perdeu patrocínios (nomeadamente da Kellogg’s) e foi suspenso pela federação norte-americana de natação durante três meses, uma penalização leve.

No entanto, o maior impacto para Phelps foram as críticas dos media e dos fãs, que se prolongaram durante meses. Com o passar do tempo, e após a conquista de mais medalhas em duas edições dos Jogos Olímpicos, a situação acabou por ser esquecida quando atingiu o impressionante número total de 28 medalhas olímpicas.

Curiosamente, Phelps nunca falhou a um teste antidoping. Aliás, participa voluntariamente no Project Believe, que submete atletas a controlos muito mais rigorosos do que o exigido internacionalmente. No fundo, Phelps nunca colocou a sua carreira em risco, utilizando apenas o tempo de pausa competitiva para relaxar com algum consumo recreativo. Sinceramente, não o podemos condenar!

Além de ter enfrentado problemas com álcool e depressão, Phelps investiu um milhão de dólares na Michael Phelps Foundation, instituição que promove estilos de vida saudáveis entre os jovens atletas e nadadores.

5. Morgan Freeman

Se tivesse de adivinhar qual o actor lendário e respeitado que disse “Como, bebo, fumo, inalo!” a propósito da cannabis, provavelmente Morgan Freeman não seria a primeira escolha. Mas, na verdade, Freeman nunca escondeu o seu apoio ao consumo de canábis. Em 2003, ficou famoso pela frase: “Nunca deixes a ganza”, e desde então tem sido um defensor assumido dos efeitos benéficos da canábis na sua luta contra a fibromialgia.

Com a sua presença única, Freeman fala sobre como a legalização da canábis está cada vez mais próxima e defende que os benefícios terapêuticos da planta ultrapassam largamente aqueles associados a outras substâncias, como o álcool.

Apesar de pertencer a uma geração de actores que tende a tornar-se mais conservadora ao longo do tempo, Freeman distingue-se por abraçar constantemente novas oportunidades e avanços científicos. Talvez seja esse espírito aberto que faz dele um dos actores e locutores mais queridos de sempre. Ouvir a sua voz calorosa transmite imediatamente o seu perfil receptivo, seja na carreira ou na vida pessoal.

Segundo o próprio, começou a consumir canábis por influência da sua esposa. Desde então, tornou-se um apreciador convicto e consumidor regular, mantendo sempre uma carreira ímpar e inigualável.

MENÇÕES HONROSAS

Nem todos os defensores da canábis são consumidores. Veja-se o caso do Dalai Lama, por exemplo, que não se opõe ao uso da planta, mas está proibido de a consumir. Ainda que seja bastante firme na sua decisão de se abster de drogas e álcool, reconhece que o uso da canábis para fins medicinais deve ser deixado ao critério dos profissionais de saúde mais experientes.

O apresentador de televisão e viajante Rick Steves é um dos apoiantes mais inesperados da legalização da canábis. Para além de ser um defensor da causa, Rick Steves admite consumir com frequência: “Já usei canábis nos quatro cantos do mundo.”

A aclamada poetisa Maya Angelou é considerada uma das vozes mais influentes da sua geração, com obras como “I Know Why The Caged Bird Sings”. Ao que parece, Angelou também foi uma consumidora convicta de canábis na juventude, tal como muitos outros escritores e artistas da sua época.

MAIS APOIANTES EM CENA

Não foi um processo rápido nem fácil conquistar o apoio de celebridades em relação à canábis nas últimas décadas. Até há poucos anos, o consumo de erva era ainda amplamente proibido em todo o mundo e podia pôr em risco a carreira de quem manifestasse apoio público. No entanto, agora que a canábis começa a integrar o quotidiano e até já se tornou uma marca de estilo para figuras como a Rihanna e o Willie Nelson, é provável que cada vez mais apoiantes assumam publicamente que sempre foram fãs da ganja.

Luke Sholl

Luke Sholl dedica-se há mais de dez anos a escrever sobre a cannabis, o potencial dos canabinóides para o bem-estar e os benefícios naturais. Colabora com várias publicações especializadas em canabinóides, produzindo conteúdos digitais diversificados, sempre sustentados por um profundo conhecimento técnico e uma pesquisa rigorosa.

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