Main-lining de canábis: tudo o que precisa de saber
O main-lining é uma técnica de cultivo de canábis que tem vindo a conquistar muitos adeptos entre os produtores actuais. Este método torna-se especialmente indicado para quem dispõe de pouco espaço e pretende maximizar a produção das plantas.
Main-lining de canábis: diverte-te e colhe grandes resultados
O main-lining é uma técnica de cultivo de canábis que tem vindo a conquistar cada vez mais adeptos entre os cultivadores actuais. Este método destaca-se por potenciar a produção de flores e revelar-se especialmente eficaz em espaços reduzidos. Trata-se de um tipo de treino de plantas que reduz a dominância apical, unindo as práticas de topping e low stress training (LST). Com esta abordagem, a planta deixa de concentrar a energia apenas numa grande cabeça central e passa a desenvolver várias flores de tamanho semelhante, maximizando assim o rendimento global.
Dependendo do espaço disponível e da altura, não é obrigatório ficar pelas oito ramificações principais. Prolongando o período vegetativo, é possível obter dezasseis, ou até trinta e duas ramificações principais. Contudo, a cada novo topping, a altura necessária duplica: para oito cabeças principais, recomenda-se no mínimo 60 cm de altura; para dezasseis, cerca de 1 metro; e se optares por trinta e duas, deves contar com pelo menos 2 metros de altura. Nesta fase, pode revelar-se mais vantajoso adoptar uma técnica ScrOG e assim tirar partido do espaço de forma ainda mais eficaz.
Main-lining canábis - passo 1
Deixe a planta selecionada crescer até atingir seis internódios. Isto permite remover a parte inferior da ramificação, criando assim espaço para o ar circular debaixo da estrutura principal. Uma boa circulação de ar é fundamental durante o cultivo de canábis.
Se pretende fazer clones, deixe a planta crescer o suficiente para tirar um corte no terceiro nó. Nesta fase, algumas variedades já apresentam ramificações laterais suficientes abaixo do terceiro nó para também poderem ser utilizadas como estacas.
Main-lining de canábis - Passo 2
Faça o topo ou corte no terceiro nó.
Evite a tentação de ser demasiado impaciente e remover o topo da planta cedo demais. Para garantir um desenvolvimento saudável, deve deixar um pequeno segmento de caule. Isto impede que o tronco se abra quando, mais tarde, tiver de suportar o peso dos botões. Um caule dividido dificulta a circulação de nutrientes e cria uma porta de entrada para doenças.
Remova toda a folhagem até ao terceiro nó, deixando o caule limpo, para permitir uma boa circulação de ar por baixo da copa densa que se irá formar posteriormente.
Quando os ramos novos estiverem firmes, prenda-os na horizontal.
Main-lining de canábis – Passo 3
Agora, forma os ramos que se vão transformar em oito colas. Ter oito colas é o sonho de qualquer cultivador, pois dão origem a plantas mais eficientes em termos de energia e espaço.
Deixa os dois novos caules principais crescerem até atingirem quatro nós cada um.
Remove o crescimento de ambos os lados do segundo nó. Desta forma, os ramos emergentes desenvolver-se-ão do mesmo lado do caule, tornando-os mais fáceis de manipular.
Poda novamente cada um dos ramos restantes acima do terceiro nó. Agora tens oito ramos principais. Continua a treinar cada um dos ramos na horizontal e com espaçamento uniforme até voltarem a crescer com vigor.
Main-lining de canábis – passo 4
Continua a fase vegetativa. Se já conheces a variedade, saberás quando deves mudar o fotoperíodo para 12-12. Caso não tenhas certeza do comportamento genético, muda o ciclo de luz quando a planta atingir metade da altura pretendida.
Continua a treinar a planta na horizontal à medida que cresce, procurando manter as pontas de crescimento à mesma altura. Dobra cada ramo para longe do centro à medida que cresce e prende-os no sítio. Se o espaço for limitado, poderás dobrar um ou dois ramos de volta para o centro da planta. Certifica-te de que as pontas fiquem o mais niveladas possível.
Ainda há mais?
Nesta fase, podes optar por criar mais cabeças principais, até um total de dezasseis. Basta repetir o método: deixa cada novo ramo crescer até cinco nós, e depois faz nova poda apical. Permite-lhe continuar na fase vegetativa até atingir o tamanho desejado.
Se tiveres espaço suficiente ou cultivares ao ar livre, podes ainda repetir o processo para criar uma planta com trinta e duas cabeças principais! Em vez de deixares cada ramo crescer até cinco nós, deixa até oito (os números de Fibonacci resultam muito bem para espaçamentos uniformes de canábis) antes de aplicar a poda. Assim, garantes espaço na copa futura para uma distribuição adequada das cabeças principais. Se fizeres podas demasiado cedo com muitas cabeças, é provável que os ramos fiquem demasiado juntos, aumentando o risco de bolores mais tarde.
Estes são exemplares de plantas multi-cabeça cultivadas ao ar livre em pleno crescimento vegetativo. Repara na limpeza intensa dos ramos inferiores, fundamental para garantir uma boa circulação de ar e espaçamento entre as futuras cabeças principais. Se estas plantas crescessem livremente, poderiam atingir 2 metros de altura.
Agora percebe-se bem porque a técnica se chama main-lining. Em vez de surgirem inúmeros ramos laterais a competir por nutrientes e uma cabeça principal muito maior do que as restantes, as plantas desenvolvem-se de forma homogénea. Não há sombreamento excessivo e a circulação de ar é favorecida. Evita-se assim grande parte do crescimento em altura, ficando as plantas vigorosas e densas à medida que as flores aparecem.
O manifold
Criar um manifold nas fases iniciais do main-lining traz duas vantagens principais. Por um lado, garante que a absorção de nutrientes da planta não se vê comprometida, encaminhando toda a energia para o desenvolvimento dos ramos e flores selecionados. Este processo evita a formação de flores pequenas ou pouco desenvolvidas sob a copa principal.
Por outro lado, o manifold cria também espaço para uma circulação de ar eficaz. À medida que os ramos crescem durante a fase vegetativa e a floração, é fundamental garantir um bom fluxo de ar. Uma ventilação adequada por baixo da copa reduz o risco de doenças, sobretudo o bolor, e promove uma troca gasosa eficiente nas folhas.
Desfoliação regular
Esta prática pode variar de feno para feno. A avaliação constante da tua plantação vai indicar-te quando e onde fazer a desfolha. As sativas toleram tipicamente uma desfolha mais agressiva, pois tendem a gerar mais folhas, mesmo depois da mudança para 12-12 horas de luz. Já algumas índicas e Kush apenas espigam após a mudança do fotoperíodo e não desenvolvem mais entrenós. Uma desfolha excessiva durante a fase vegetativa pode acabar por reduzir inesperadamente o número de pontos de floração. O cultivo de canábis não é uma ciência exata com passos sempre iguais, pois depende dos fenótipos, temperaturas e estações do ano – mesmo em cultivo indoor.
O objetivo é garantir que a luz penetra de forma uniforme por toda a copa, mas deixando folhas suficientes para manter a transpiração. Começa por remover as grandes folhas de leque durante a fase vegetativa, quando começares a notar excesso de folhagem e zonas sombreadas. Nesta fase, os topos dos ramos vão-se desenvolver quase na vertical e ganhar volume. Um aro de tomateiro é um investimento útil para quem faz main-lining em interior. Usados em horticultura para suportar os ramos dos tomateiros, estes aros dão estrutura sólida para separar uniformemente os oito ramos principais.
Vai cortando regularmente quaisquer crescimentos aleatórios que possam desviar energia da formação das flores. A canábis é famosa pela sua força de crescimento, surgindo novas folhas pequenas e ramos diretamente do caule. Basta podá-los – só acabam por servir de abrigo a pragas e consumir energia preciosa das flores.
As flores de canábis fazeem a fotossíntese de forma mais eficaz do que as folhas. Ao remover uma folha para permitir que a luz atinja um grupo de botões florais escondidos, estarás a potenciar melhores resultados finais do que simplesmente manter uma área foliar maior. Algumas variedades mais exigentes são capazes de produzir flores escondidas de tamanho semelhante às expostas, mas estas raramente enchem por completo, nem ficam compactas ao maturar. Daí o nome "popcorn buds" – flores pequenas e leves em relação ao tamanho.
Vantagens do main-lining
O main-lining na canábis apresenta várias vantagens, sobretudo quando se pretende poupar espaço em cultivos interiores e obter colas maiores e mais desenvolvidas. O verdadeiro destaque desta técnica é o aumento significativo da produção. Ao apostar desde cedo numa estrutura ramificada optimizada, os resultados na altura da colheita notam-se claramente.
Outra mais-valia é que a poda fica praticamente automatizada, já que a maioria dos botões apresenta tamanhos e formatos muito semelhantes. Muitos cultivadores profissionais preferem o main-lining, pois todo o processo após a colheita torna-se bem mais eficiente. Além disso, o aspecto uniforme do produto final é mais atrativo para quem o comercializa.
Controlar rigorosamente as plantas através de poda e orientação dos ramos é uma óptima maneira de maximizar a utilização do espaço. Não só se conseguem plantas homogéneas, como também se torna muito mais fácil gerir o ambiente de cultivo. E a visão de um mar de flores perfeitas é simplesmente impressionante.
Main-lining acaba por ser mais simples que muitas outras técnicas de treino. Depois de se formar a estrutura base e fixar os ramos principais, basta prender e concluir, sendo apenas necessário cuidar da copa da planta ao longo do ciclo. Assim, poupa-se tempo e reduz-se o risco de danificar as plantas por manuseamento excessivo.
Ter apenas uma camada de copa diminui drasticamente a probabilidade de aparecimento de bolores e podridão. A circulação de ar constante e uniforme à volta dos botões impede o desenvolvimento de zonas propícias à instalação de agentes patogénicos. Ao mesmo tempo, favorece a saúde do solo e ajuda no controlo de pragas, contribuindo também para a regulação do ciclo húmido-seco por evaporação.
Após a colheita, toda a colheita seca de forma mais homogénea. Como todos os botões mantêm densidade e teor de humidade similares, não haverá necessidade de cuidados diferenciados; o que funciona para um, funciona para todos.
Desvantagens do main-lining
Embora o main-lining ofereça diversas vantagens, existem algumas desvantagens importantes a considerar.
Durante a fase inicial de crescimento, as plantas necessitam de algum tempo para recuperar dos cortes, o que pode atrasar o desenvolvimento e prolongar o ciclo de cultivo em cerca de dez a catorze dias.
Esta técnica não é adequada para variedades autoflorescentes, uma vez que o tempo necessário para a recuperação dos cortes retiraria metade do ciclo da planta e poderia comprometer seriamente a formação de flores. Para este tipo de plantas, apenas técnicas de baixo stress são recomendadas.
Além disso, fontes de luz com baixa potência, como lâmpadas fluorescentes ou CFL, não conseguem penetrar até ao fundo dos longos topos formados com o main-lining. Para obter resultados satisfatórios, recomenda-se o uso de, pelo menos, uma lâmpada HPS ou MH de 150W ou equivalente em LED.
Por fim, para realizar um main-line de oito braços, é necessário ter pelo menos 75cm de altura disponíveis entre o solo e a fonte de luz. Considere cuidadosamente o espaço disponível antes de optar por esta técnica.
ToPos maiores e de melhor qualidade
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Existe algo de fascinante e realmente satisfatório em cultivar flores de canábis de grandes dimensões. A técnica main-lining confere à planta um aspecto vistoso, tanto no vaso como quando exposta para venda. Além disso, permite obter uma produção superior por metro quadrado, em comparação com as plantas que ficam ao natural. O cuidado inicial que exige compensa, já que resulta numa manutenção reduzida ao longo do ciclo da planta e em botões grandes e suculentos.