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What Is An Inert Growing Medium In Cannabis Cultivation
7 min

O que é um substrato inerte no cultivo de canábis

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No cultivo de canábis, a maioria das pessoas opta pelo solo como meio de crescimento, pois é assim que a agricultura moderna tradicionalmente funciona. No entanto, atualmente os substratos inertes estão a ganhar popularidade graças à sua capacidade de manter as plantas saudáveis e produtivas. Neste artigo, explicamos por que motivo, quando e como funcionam os meios inertes, além de apresentarmos os diferentes tipos existentes.

Quando as pessoas escolhem um substrato para cultivar canábis, a terra é, regra geral, a primeira opção que lhes vem à cabeça. Afinal, ao longo da nossa história, foi sempre em solo que fizemos crescer as plantas, e normalmente resulta na perfeição. No entanto, os substratos inertes estão a ganhar cada vez mais adeptos, trazendo algumas vantagens importantes face à opção tradicional.

De seguida, explicamos-lhe o que é um substrato inerte, em que situações faz sentido utilizá-lo, porque o deve considerar, e quais as opções disponíveis no mercado.

O que significa substrato inerte?

O que significa substrato de crescimento inerte?

Mas afinal, o que é, ao certo, um substrato de cultivo inerte? Para percebermos bem o conceito, convém antes perceber o que define um substrato tradicional. Estes fornecem algumas características fundamentais: permitem que as raízes das plantas se fixem, garantem uma boa drenagem, retêm a humidade e facilitam a circulação do ar, além de disponibilizarem nutrientes. Exemplos destes substratos incluem terra, misturas para vasos, compostos, entre outros.

Já um substrato inerte, por outro lado, é muito semelhante, mas não fornece nutrientes. Então, porque razão escolher um meio que não nutre as plantas? Terra sem nutrientes seria um problema, é verdade, mas ao regar as suas plantas de canábis com uma solução nutritiva, consegue alcançar exatamente o mesmo resultado mesmo utilizando um substrato inerte.

Quando e porquê utilizar um substrato inerte?

Quando e porquê utilizar um substrato inerte

Já explicámos que as plantas não ficam a perder em termos de nutrientes ao crescerem em substratos inertes, mas afinal, quando e por que motivo se opta por este método em vez do cultivo em solo ou uma mistura tradicional? Na verdade, se pretender cultivar canábis de forma hidropónica, são precisamente estes tipos de substratos que irá utilizar.

A próxima questão é: "O que é que a hidroponia oferece que o cultivo em terra não permite?" Antes de mais, ao não existirem nutrientes no próprio substrato, tem controlo total sobre aquilo que fornece às suas plantas e em que quantidades. Cada genética tem necessidades específicas, portanto conseguir adaptar a alimentação às exigências de cada uma fará toda a diferença nos resultados finais.

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Adicionalmente, ao eliminar o solo do processo, também elimina o risco de doenças relaciondas com o solo que podem comprometer o cultivo. Não terá de lutar contra ervas daninhas, nem contra a maioria das pragas que habitam na terra. Se reparar que as suas plantas são particularmente sensíveis a esse tipo de problemas, a hidroponia e substratos inertes podem ser uma excelente opção.

Quais são os substratos inertes mais utilizados?

Então, qual o substrato inerte mais indicado para o cultivo de canábis? Como o principal objetivo é apenas manter as plantas estáveis, garantir uma boa retenção e drenagem de água, além de permitir uma correta oxigenação, existem várias opções possíveis. Vamos analisar este tema com mais detalhe de seguida.

Lã de rocha

Lã de rocha

Entre os substratos inertes mais escolhidos, a lã de rocha, também chamada de stonewool, destaca-se pela sua capacidade isolante. É fabricada ao derreter pedras e convertê-las em fibras semelhantes ao aço, o que lhe confere uma textura única.

Disponível em diversas formas, a lã de rocha é valorizada por proporcionar uma excelente aeração e manutenção equilibrada da humidade. Além disso, é leve, esterilizada e pode ser reutilizada em cultivos futuros. No entanto, deve-se ter em conta que apresenta um pH naturalmente elevado, o que obriga a cuidados específicos com as plantas. Outro ponto importante é que deve ser previamente demolhada antes de usar, para evitar a libertação de micropartículas potencialmente abrasivas.

Coco coir

Coco Coir

Embora, por vezes, seja utilizado como complemento do solo, o coco coir – produzido a partir das fibras da casca do coco – é também um excelente substrato autónomo para o cultivo. Em tempos considerado apenas um resíduo, tornou-se muito popular pela sua capacidade de sustentar as plantas e manter as raízes bem arejadas.

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Neste contexto, seja como complemento do solo ou como meio independente, a sua função é semelhante à da turfa. No entanto, ao contrário do coco coir, a turfa apresenta um pH muito ácido que necessita de correcção, enquanto as fibras do coco têm um pH naturalmente neutro, o que facilita o cultivo.

Argila expandida/LECA

Bolas de Argila/LECA

LECA, sigla para agregado leve de argila expandida, é um substrato composto por pequenas esferas de argila que aumentam de tamanho ao entrar em contacto com a humidade.

As cavidades e espaços entre estas esferas oferecem às raízes bastante espaço para se desenvolverem e respirarem. Além disso, as bolas libertam a humidade gradualmente, proporcionando a rega ideal sem encharcar demasiado as plantas. Outro benefício é a facilidade de movimentar o substrato para inspecionar as plantas, tendo sempre atenção para não danificar ou perturbar as raízes.

Mapito

Mapito

Já referimos que a lã de rocha está disponível em vários formatos, e o mapito (flocos de lã de rocha) é um dos exemplos mais notórios pela sua diferença. Traz consigo os mesmos benefícios e desvantagens das outras variantes, pelo que não há muito mais a acrescentar nesse sentido.

Basta garantir que os flocos ficam de molho durante vinte e quatro horas antes de transplantar as plantas para o substrato, e encher bem os vasos para compensar a redução de volume ao regar.

Perlite (Seixos)

Perlite

A perlita apresenta-se sob a forma de pequenos fragmentos de vidro vulcânico que, quando sujeitos a temperaturas elevadas, se expandem transformando-se em partículas leves semelhantes a pipocas. Este substrato oferece vantagens semelhantes a outros aqui mencionados, nomeadamente uma excelente drenagem e prevenção da compactação do solo.

Tal como acontece com a lã de rocha, a perlita deve ser previamente embebida em água antes da utilização. Recomenda-se ainda atenção à ocorrência de excesso de flúor, cujos principais sinais são as extremidades das folhas com tonalidade acastanhada.

Vermiculite

Vermiculite

Tal como a perlite, a vermiculite apresenta-se sob a forma de pequenos grânulos expandidos até adquirirem uma textura leve, através da exposição a temperaturas elevadas. Contudo, ao contrário da perlite, é composta por um silicato de magnésio, alumínio e ferro.

Este material é totalmente neutro em termos de pH, não se degrada com o tempo e é absolutamente estéril. Embora não proporcione uma aeração tão eficaz como a perlite, é capaz de reter água durante mais tempo, o que beneficia diversas espécies de plantas.

Growstones

Growstones

Os growstones são, no fundo, aquilo que o nome indica: pedras desenvolvidas especificamente para servir de substrato no cultivo de plantas. São produzidos a partir de vidro reciclado – semelhante à perlita, mas nesse caso aproveita-se vidro residual em vez de vidro vulcânico. O vidro é reduzido a pó e misturado com carbonato de cálcio, passando depois por um processo de aquecimento que origina as pedras.

O seu funcionamento assemelha-se em muitos aspetos ao da perlita, sendo que algumas pessoas defendem que os growstones proporcionam ainda melhor arejamento, graças ao seu espaço poroso mais amplo. Para além disso, oferecem uma retenção de água superior à da perlita de origem vulcânica.

Cascalho

Cascalho

Por fim, alguns cultivadores optam por usar pedaços de cascalho do tamanho de ervilhas como substrato. Esta opção oferece a vantagem de permitir a reutilização da solução nutritiva: basta colocar um recipiente por baixo das plantas para recolher o excesso de solução não absorvida pelas raízes, podendo reutilizá-la durante cerca de uma semana. O cascalho não sofre com problemas de encharcamento e, além disso, é bastante mais económico do que a maioria dos outros substratos.

As principais desvantagens são o seu peso e a necessidade de lavar cuidadosamente qualquer resíduo antes da utilização. Por esta razão, raramente se vê o cascalho em operações comerciais de grande escala.

Que substrato inerte escolher para cada sistema hidropónico?

Agora que já abordámos todas as opções de substratos inertes, vamos analisar quais são os mais indicados para cada um dos sistemas hidropónicos mais utilizados.

Sistemas de gotejamento

Sistemas de Gotejamento

Como o nome indica, um sistema de gotejamento fornece água e nutrientes às plantas através de uma gota lenta junto à base. Este método oferece um controlo muito maior sobre o desenvolvimento das plantas do que o habitual. Para obter os melhores resultados, recomenda-se o uso de argila expandida, fibra de coco ou lã de rocha como substrato neste tipo de sistema.

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Sistemas NFT (Técnica do Filme Nutritivo)

NFT, ou técnica de fluxo de nutrientes, consiste em manter as plantas com uma solução nutritiva em circulação constante e pouco profunda por baixo das raízes. Devido ao funcionamento deste sistema, recomenda-se o uso de chips de coco, perlita ou outro substrato que não fique encharcado.

Sistemas de enchente e drenagem (ebb and flow)

Sistemas Ebb and Flow (Inundação e Drenagem)

Ao contrário dos métodos de fornecimento contínuo de nutrientes, os sistemas ebb and flow (inundação e drenagem) consistem em inundar as raízes da planta com uma solução de água e nutrientes de forma periódica, permitindo que as raízes sequem parcialmente entre os ciclos de inundação. Para garantir um funcionamento eficiente, é importante garantir um bom escoamento, apoio estrutural adequado e níveis moderados de humidade. Por isso, materiais como perlita, growstones ou cascalho são escolhas recomendadas.

Sistemas de cultura em água profunda

A cultura hidropónica de água profunda, mais conhecida como DWC, consiste em manter as raízes das plantas de canábis suspensas numa solução de água com nutrientes, que é continuamente oxigenada. Se estiver a pensar experimentar este método, recomendamos o uso de argila expandida ou lã de rocha como substratos.

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Sistemas aeropónicos

Sistemas aeropónicos

Embora o cultivo hidropónico utilize habitualmente água em contacto constante com as raízes, os sistemas aeropónicos funcionam de forma diferente, deixando as raízes suspensas no ar. Para garantir que se mantêm nutridas e saudáveis, basta pulverizá-las regularmente com uma solução nutritiva. Não é necessário qualquer substrato específico.

Sistemas de pavio

Por fim, o sistema de pavio consiste em ligar a solução de nutrientes às plantas através de pavios absorventes. O objetivo é garantir uma entrega constante e controlada de nutrientes e água, ambos essenciais para o desenvolvimento da canábis. Para este método, recomendamos vivamente a utilização de substratos que retenham bem a água, como vermiculite, perlita ou fibra de coco.

Luke Sumpter
Luke Sumpter
Detentor de uma licenciatura em Ciências da Saúde Clínica, Luke Sumpter dedica-se há mais de sete anos ao jornalismo e à escrita, explorando a ligação entre a ciência e o mundo da canábis, unido pela sua paixão pelo cultivo de plantas.
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