Cannabis fotoperiódica vs. automática: qual é a melhor opção para si?

Photoperiod VS Autoflowering Cannabis Which Is Right For You

Luke Sumpter
Luke Sumpter
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As variedades fotoperiódicas e autoflorescentes diferenciam-se em vários aspetos. As autoflorescentes destacam-se pelo rápido crescimento e simplicidade de cultivo, enquanto as fotoperiódicas, embora mais exigentes, proporcionam colheitas significativamente superiores. Qual destas opções se adequa melhor a si?

A canábis é, sem dúvida, uma planta fascinante e complexa. Esta espécie conta com mais de 100 canabinóides, mais de 200 terpenos e muitos outros compostos químicos interessantes. As proporções destas moléculas variam conforme as variedades — e até mesmo entre plantas da mesma linhagem. Para complicar ainda mais, o mercado oferece centenas de cultivares. Sabe-se que existem cerca de 800 variedades conhecidas, mas é provável que haja mais.

Estas cultivares têm origem em genéticas landrace provenientes de várias partes do mundo. Os produtores selecionam-nas para criar híbridos de acordo com características específicas que consideram desejáveis. Graças à adaptação evolutiva, as landraces desenvolveram igualmente diferenças genéticas extraordinárias. Uma das principais distinções surge entre canábis de fotoperíodo e autoflorescente.

Estas características afetam o tempo de floração, a facilidade de cultivo e muitos outros aspetos entre diferentes variedades. Optar entre variedades de fotoperíodo e autoflorescentes é uma das primeiras decisões que qualquer cultivador deve tomar antes de semear. Neste artigo, vamos explorar as principais características de cada tipo de canábis e analisar as suas vantagens e desvantagens, para que possa escolher a que melhor se adapta a si.

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Fotoperíodo vs autoflorescente: as diferenças essenciais

CANNÁBIS FOTOPERÍODICA VS AUTOFLORESCENTE: AS DIFERENÇAS

A principal distinção entre variedades fotoperiódicas e autoflorescentes está na forma como iniciam a floração. A fase vegetativa surge após o breve período de plântula, marcando o primeiro grande momento do ciclo de vida da planta. Durante esta etapa, a planta absorve nutrientes de forma intensiva, desenvolve o sistema radicular e exibe folhas largas e robustas.

Depois da fase vegetativa, a planta entra em floração, formando flores que concentram tricomas glandulares — estruturas que produzem canabinóides e terpenos valiosos.

A canábis é uma planta anual: cresce a partir da semente, amadurece e completa o ciclo de vida numa só temporada. Contudo, fotoperiódicas e autoflorescentes percebem as alterações sazonais de forma distinta, reflexo das regiões de onde são originárias e onde evoluíram.

O termo “fotoperíodo” refere-se diretamente à duração da exposição à luz. Estas plantas alteram o seu ciclo e iniciam a floração naturalmente quando há uma mudança na quantidade de luz diária. No exterior, isto ocorre de forma espontânea à medida que o verão dá lugar ao outono e os dias ficam mais curtos. Em ambiente interior, cabe ao cultivador reduzir as horas de luz para ativar a floração. As variedades fotoperiódicas demoram mais a concluir o ciclo, mas geralmente garantem colheitas mais volumosas e concentrações superiores de canabinóides.

A canábis é uma planta anual

Por outro lado, as autoflorescentes não dependem da variação do ciclo de luz para florir. Em vez disso, estão geneticamente programadas para iniciarem a floração após um determinado tempo. Estas plantas distinguem-se pela rapidez de crescimento e pela facilidade de manutenção. Normalmente, atingem um porte menor em comparação com as fotoperiódicas e, por isso, a produção final tende a ser mais reduzida.

Comparação entre canábis autoflorescente e fotoperiódica

Tanto as variedades fotoperiódicas como as autoflorescentes apresentam inúmeras vantagens, bem como algumas desvantagens. Distinguem-se em vários aspetos, como a rapidez de crescimento, a produtividade, o grau de dificuldade no cultivo e até o seu aspeto. No entanto, ambas são capazes de produzir flores de alta qualidade!

Vamos explorar mais a fundo as diferenças entre estes tipos de canábis.

Tudo sobre canábis autoflorescente

Everything About Autoflowering Cannabis

As variedades autoflorescentes são muito procuradas por cultivadores que pretendem uma colheita de qualidade no menor tempo possível. Estas plantas são muito apreciadas pela rapidez com que passam da semente à colheita. O seu porte compacto torna-as ideais para cultivos discretos em espaços interiores e para operações de cultivo exterior em modo guerrilha. Descubra abaixo todas as características que tornam estas variedades únicas. Se ficou interessado, confira a nossa seleção das 10 melhores sementes autoflorescentes.

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Cultivo

Todos os híbridos autoflorescentes possuem genética de uma subespécie de canábis conhecida como ruderalis. A canábis ruderalis é originária da Europa de Leste e da Ásia Central e, por isso, adaptou-se a épocas de cultivo mais curtas do que as suas equivalentes, as variedades fotoperiódicas sativa e indica. Estas plantas tiveram de germinar, crescer e florescer rapidamente, antes da chegada das primeiras geadas. No geral, as variedades autoflorescentes completam o ciclo da semente à colheita em apenas 8 a 12 semanas. Esta característica é especialmente valorizada por quem cultiva de forma discreta, assim como por produtores comerciais que procuram uma rotação rápida.

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As plantas autoflorescentes não precisam de tantos nutrientes, mas requerem uma mistura de substrato bem arejada. Adicionar perlita ao meio de cultivo ajuda a garantir uma boa circulação de ar.

Aparência

Aparência da canábis autoflorescente

As variedades puras de Cannabis ruderalis representam a subespécie mais pequena de canábis. Apresentam poucos locais para a formação de flores e produzem níveis reduzidos de canabinoides. As folhas são pequenas, com três dedos principais e dois muito pequenos virados para trás. O cultivo da ruderalis pura é geralmente reservado a fins de melhoramento genético.

Os produtores cruzaram variedades fotoperiódicas de alto rendimento com genética ruderalis para conferir o traço de floração automática. Estes híbridos costumam atingir entre 60 e 100 cm de altura, embora algumas variedades possam chegar aos 130 cm. São plantas robustas e compactas, pelo que muitos cultivadores utilizam técnicas como o low-stress training para moldar o crescimento da planta e favorecer o desenvolvimento lateral.

Produção

A rapidez e a facilidade de crescimento das variedades automáticas têm um preço; normalmente, estas plantas produzem colheitas inferiores às das genéticas fotoperiódicas. As plantas autoflorescentes herdaram igualmente uma produtividade mais baixa. No entanto, nem tudo são más notícias. Em ambientes de cultivo interior, os produtores conseguem obter cerca de 400g/m². Além disso, como têm um porte menor, é possível cultivar um número maior de plantas no mesmo espaço.

Dificuldade

As variedades de cannabis autoflorescentes são extremamente fáceis de cultivar. Desenvolveram-se para sobreviver em climas mais rigorosos e frios, tornando-se plantas resistentes e perfeitas para quem está a começar. São bastante tolerantes a erros de iniciantes e sobrevivem mesmo em solos pobres, dispensando muitos cuidados. Estas características fazem delas uma excelente opção para cultivadores principiantes.

Vantagens

  • Fácil de cultivar
  • Ciclo de vida rápido
  • Mais variedade do que antigamente
  • Tamanho discreto
  • Resistente

CONTRAS

  • Dimensões mais reduzidas resultam em produções menores
  • Potência ligeiramente inferior à maioria das variedades fotoperiódicas
  • Mais suscetível ao excesso de fertilização
  • Não permite técnicas de treino de elevado stress

Tudo sobre cannabis fotoperiódica

Tudo sobre canábis fotoperiódica

As variedades fotoperiódicas destacam-se das autoflorescentes no que toca ao tamanho e rendimento. Apesar de exigirem um pouco mais de atenção durante o cultivo, o esforço compensa sempre, com colheitas superiores e plantas mais robustas. Descubra abaixo as principais características das variedades fotoperiódicas e explore o nosso top 10 de fotoperiódicas feminizadas se ficou interessado!

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Cultivo

As variedades fotoperiódicas são consideradas um pouco mais exigentes de cultivar em comparação com as autoflorescentes, sobretudo porque necessitam de uma alteração no ciclo de luz para poderem florescer. Têm tendência a crescer bastante em altura e exigem mais cuidados, como podas e modelação das plantas.

No entanto, estas plantas permitem ao cultivador um controlo muito maior. Desde que recebam pelo menos 18 horas de luz por dia, mantêm-se em fase vegetativa o tempo que for necessário. Isto possibilita aos produtores de interior cultivar plantas de grandes dimensões antes de passarem o ciclo de luz para 12 horas de luz e 12 de escuridão, iniciando assim a floração.

Em alternativa, quem preferir pode iniciar o cultivo com um ciclo de 12/12 desde o princípio, conseguindo assim plantas mais pequenas, discretas e com colheitas mais rápidas.

As características de crescimento das variedades fotoperiódicas são muito diversas devido à amplitude genética existente. Botanicamente, estas plantas dividem-se em dois grandes grupos: indica e sativa.

De um modo geral, as sativas mostram todo o seu potencial no exterior, podendo atingir alturas de até 3 metros. Já as indicas crescem em média entre 100 e 150 cm, adaptando-se tanto ao cultivo interior como exterior.

Aparência

Fotoperiódica Cannabis: Aspeto

As plantas sativa caracterizam-se pela sua estatura elevada, espaçamento maior entre os nós e folhas de leque com dedos mais finos. Por outro lado, as plantas indica tendem a apresentar um porte mais compacto, mais ramificação lateral e folhas de leque de dedos largos.

De forma geral, a cultura popular da canábis associa as sativa a efeitos mais energéticos, enquanto as indica são geralmente consideradas mais relaxantes. Embora exista alguma verdade nesta ideia — sobretudo devido aos perfis específicos de terpenos — nem sempre corresponde à realidade. As características morfológicas por si só não definem o perfil químico (ou chemovar) de uma variedade.

Além disso, é raro encontrar variedades puras, 100% indica ou 100% sativa. Atualmente, a maioria das variedades disponíveis resulta do cruzamento entre ambas, apresentando, assim, um perfil dominante sativa ou indica. O aspeto final tende a refletir a subespécie mais predominante na sua genética.

Produção

As plantas fotoperiódicas apresentam rendimentos bastante variados. As variedades puras de sativa e aquelas com predominância sativa tendem a produzir mais flores do que as índicas. Em cultivo exterior, é possível colher entre 1 a 4 kg por planta das sativas mais produtivas. Em ambientes interiores, sativas de menor porte geralmente proporcionam cerca de 500–600g/m².

Já as índicas costumam produzir entre 400 a 600g/m² em cultivo interior. No exterior, a maioria dos exemplares consegue render entre 400 e 2000g por planta, consoante a genética utilizada.

Dificuldade

As variedades fotoperiódicas exigem mais cuidados e atenção. Embora seja possível que principiantes optem por uma destas genéticas na sua primeira experiência de cultivo e obtenham bons resultados, começar com sementes autoflorescentes é geralmente um caminho mais acessível para quem se está a iniciar.

Os cultivadores têm de definir com antecedência quanto tempo pretendem que as plantas permaneçam na fase de crescimento vegetativo, preparando-se também para ajustar o ciclo de luz conforme necessário. Acresce a importância de uma manutenção constante da poda e técnicas de treino, para evitar que as plantas ultrapassem o controlo.

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Algumas genéticas fotoperiódicas têm ainda potencial para desenvolver colas verdadeiramente volumosas. Apesar de ser um objetivo apetecível, é crucial ajustar corretamente a humidade nas fases de floração e secagem para evitar o aparecimento de bolor.

Vantagens

  • Elevado potencial de produção
  • Maior teor de canabinóides comparativamente às automáticas
  • Maior diversidade de variedades
  • Possibilidade de clonagem/vegetação indefinida
  • Experiência mais "autêntica"

Contras

  • Nível de dificuldade mais elevado
  • O ciclo do cultivo, desde a semente até à colheita, é mais demorado
  • Pode ser inconveniente ou complicado de manter
  • O florescimento deve ser induzido pelo próprio cultivador em ambientes internos

Escolha o tipo de canábis que melhor se adequa às suas necessidades

Escolha o tipo de canábis que melhor se adapta às suas necessidades

Ao decidir entre variedades de canábis autoflorescentes e fotoperiódicas, não existe uma escolha certa ou errada. A decisão depende, acima de tudo, das suas preferências pessoais e dos recursos disponíveis. O espaço, por exemplo, é um fator limitador importante para as variedades fotoperiódicas. Por isso, quem cultiva em apartamentos ou locais pequenos poderá encontrar maior vantagem nas autoflorescentes.

Por outro lado, quem dispõe de um jardim espaçoso pode apostar em sativas de grande porte, embora também possa preferir uma autoflorescente que se mantenha discreta entre plantas companheiras, garantindo assim um cultivo mais reservado.

Agora que conhece melhor as características de cada tipo de canábis, está pronto para fazer a sua escolha com confiança. Boa sorte e boas colheitas!

Luke Sumpter
Luke Sumpter
Detentor de uma licenciatura em Ciências da Saúde Clínica, Luke Sumpter dedica-se há mais de sete anos ao jornalismo e à escrita, explorando a ligação entre a ciência e o mundo da canábis, unido pela sua paixão pelo cultivo de plantas.
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