Como reconhecer haxixe de alta qualidade

Hashish artesanal, dry sift ou bubble? Por onde começar quando se procura haxixe de elevada qualidade? Para quem não conhece bem o tema, esta escolha pode ser confusa e desafiante. Neste guia, explicamos os vários tipos de haxixe disponíveis e indicamos os principais sinais — e aromas — a ter em conta na hora de escolher o próximo lote.

O que é afinal o haxixe?

Antes de explorarmos os vários tipos disponíveis, importa perceber exactamente o que é o haxixe. O haxixe, também conhecido por hash, é produzido a partir das glândulas de resina secas recolhidas dos topos floridos das plantas fêmeas de canábis. Estas pequenas glândulas chamam-se "tricomas". A colheita dos tricomas pode ser feita manualmente, com recurso a máquinas ou mergulhando a canábis em água com gelo; seja qual for o método, os tricomas são separados para criar uma massa de resina. Esta resina, após extracção, pode ser compactada em blocos, moedas ou esferas—não apenas para fumar ou vaporizar, mas também pode ser utilizada na cozinha.

O aroma do haxixe

Mas então, como podemos identificar um haxixe de qualidade? O primeiro e mais visível sinal está no aroma. É verdade que nem todos os estabelecimentos permitem cheirar cada pedaço de haxixe à vontade (e percebe-se porquê!), mas o aroma será, provavelmente, o melhor indicador de qualidade que se pode obter. Haxixe de excelência distingue-se por um perfume intenso e agradável, enquanto produtos inferiores exibem um cheiro bolorento ou húmido. Por outro lado, se notar um odor a plástico ou químico, isso indica claramente contaminação, podendo também significar que foram utilizados agentes de corte prejudiciais.

Diferentes métodos de produção de haxixe

O aroma não é o único indicador da qualidade do seu haxixe. Existem diversos métodos de produção, o que influencia o seu formato, cor e textura, sendo que cada técnica confere características únicas ao produto final.

Haxixe obtido por fricção manual

Como o nome indica, este método consiste em recolher os tricomas esfregando as flores de canábis entre as mãos. A resina obtida é moldada em pequenas bolas. Por ser preparada manualmente, esta variedade de haxixe apresenta uma textura macia, e pode revelar-se ligeiramente pegajosa ao toque. O haxixe de alta qualidade feito à mão tende a ter uma cor preta ou castanha escura no exterior, enquanto no interior é mais claro, com alguns apontamentos esverdeados. Se o interior for demasiado verde, é sinal de que há restos vegetais em excesso, significando que é um produto a evitar.

Ao manusear o haxixe frio, deve sentir-se firme; ao aquecer ligeiramente, torna-se mais maleável e suave. Se estiver demasiado pegajoso, pode indicar a adição de óleos extra para aumentar o peso. Outro sinal de má qualidade é a presença de bolor branco e fofo—um claro sinal de que o haxixe não foi devidamente seco, traduzindo-se num produto inferior que deve ser rejeitado.

Haxixe seco por peneiração

Este é, provavelmente, o tipo de haxixe mais comum e apreciado nos coffeeshops. O processo consiste em peneirar flores secas de canábis, facilitando a separação dos tricomas. O pó daí resultante é conhecido como “kief”. O kief de boa qualidade apresenta-se normalmente com uma tonalidade castanha, podendo tornar-se mais escuro conforme a pressão exercida. Também a textura varia conforme o método de prensagem utilizado.

Para avaliar a qualidade do dry-sift, deve procurar um bloco de cor clara, arenosa e com textura solta, se for pouco prensado. Um bloco de alta qualidade e fortemente prensado será mais escuro, com um brilho na superfície e bastante firme ao toque. Importa ainda referir que alguns tipos de dry-sift, sobretudo de origem libanesa, podem apresentar-se bastante mais escuros e até avermelhados.

O dry-sift é claramente uma escolha preferida entre muitos consumidores, já que consegue derreter e vaporizar por completo.

BUBBLE HASH

O bubble hash recebe este nome porque tende a criar bolhas quando é vaporizado. O método de produção do bubble hash é bastante distinto dos tradicionais. Para o obter, a planta é primeiramente mergulhada em água gelada. Depois, os tricomas são separados através de peneiras com várias camadas, o que permite remover impurezas da resina recolhida. Como não são usados produtos químicos neste processo, o bubble hash é uma opção mais saudável e apelativa para quem valoriza métodos naturais de extração.

Ao procurar bubble hash de qualidade, é importante saber que este pode ser adquirido prensado ou não prensado. O bubble hash prensado apresenta tons entre o castanho claro e escuro, com uma textura macia e pegajosa. Já o não prensado assemelha-se a um pó cristalizado, semelhante ao açúcar mascavado granulado. Apesar de poder ter um aspeto idêntico, o bubble hash de menor qualidade distingue-se pela textura; se for duro ao toque, geralmente significa maior presença de matéria vegetal.

O teste das bolhas

O teste da bolha: Como avaliar a qualidade do haxixe

Agora que já conhecemos os principais tipos de haxixe e alguns critérios para avaliar a qualidade, há outro método simples mas eficaz que pode ajudar: o chamado "teste da bolha".

Este teste consiste em pegar num pequeno pedaço de haxixe e acendê-lo. Muitas vezes, só este procedimento revela logo a verdadeira qualidade do produto, especialmente quando o aspeto ou o aroma podem ser pouco esclarecedores. Se o haxixe for de boa qualidade, vai notar que começa a formar pequenas bolhas quando exposto ao fogo. Um produto premium pega lume de forma limpa e queima rapidamente. Se, ao queimar, o haxixe ficar negro, poderá indicar a presença de contaminantes. Se não formar bolhas, é provável que seja um produto adulterado ou de fraca qualidade. Por outro lado, se borbulhar de imediato e de forma excessiva, pode significar que foram adicionados óleos — uma técnica utilizada por alguns produtores para mascarar haxixe inferior.

Agora que tem uma ideia mais clara sobre os vários tipos de haxixe existentes e como detetar os melhores, não deverá ter dificuldades em encontrar haxixe de excelente qualidade.

Adam Parsons

Adam Parsons é jornalista profissional especializado em canábis, copywriter e autor, integrando há vários anos a equipa da Zamnesia. Responsável por abordar uma vasta gama de temas, desde o CBD aos psicadélicos, entre outros, Adam dedica-se à criação de artigos de blog, guias e à exploração contínua de uma oferta de produtos cada vez mais diversificada.

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