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Understanding HpLV In Cannabis: Risks And Precautions
7 min

Compreender o HpLV na canábis: riscos e precauções

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O hop latent viroid é extremamente difícil de identificar e pode provocar uma redução acentuada na produção e no teor de canabinóides das plantas de canábis. Mas afinal, do que se trata, como pode ser combatido e será assim tão prejudicial para uma plantação caseira?

Infestações podem ser extremamente frustrantes, ou até mesmo traumáticas, quando se cultiva canábis. Ninguém gosta de encontrar colónias de insectos ou sinais de fungos a invadir a sua plantação. No entanto, raramente pensamos na ameaça invisível das infecções microscópicas, como os vírus ou viroides.

Neste artigo, vamos focar-nos no hop latent viroid, um patógeno que tem vindo a afetar cultivos de canábis. O que é este viroide, de que forma afeta a planta de canábis e será realmente motivo de preocupação?

O que é o hop latent viroid?

O que é o Hop Latent Viroid?

O hop latent viroid (HpLV) é um organismo microscópico que afeta principalmente as plantas de lúpulo, mas que pode igualmente infetar cannabis. Um viroide assemelha-se a um vírus, mas é ainda mais simples: compõe-se apenas de uma cadeia de RNA, sem proteínas associadas. Esta é uma das formas de vida mais elementares conhecidas — e há quem questione se estes organismos podem realmente ser classificados como "vivos".

O viroide invade as células do hospedeiro e multiplica-se no núcleo celular. Como o RNA codifica o ADN e influencia a expressão genética, quando esta cadeia de RNA entra numa célula, consegue reprogramar o seu ADN, transformando-a, neste caso, numa verdadeira fábrica de HpLV.

Quando dizemos que o HpLV é microscópico, não nos referimos apenas ao facto de ser pequeno; é, na verdade, tão minúsculo que não pode ser visto mesmo com um microscópio de bolso. Medindo apenas 40 nanómetros, equivale a 40 mil milionésimos de um metro (0,0000000040m). O método mais fiável para detetar HpLV nas plantas é através de um teste PCR — que, infelizmente, não está facilmente disponível.

Para produtores comerciais na América do Norte, o HpLV é considerado um problema grave. Há estudos que indicam que até 90% das plantas de cannabis na Califórnia podem estar infetadas com este viroide (Sandy, 2021), e outro revela que 40% das amostras canadianas continham este organismo (Lange, 2023).

Mas quais são, afinal, os sintomas e até que ponto esta situação é preocupante?

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Quais são os sintomas do HpLV na cannabis?

Os sintomas de uma infeção por HpLV em canábis são, na maioria das vezes, pouco evidentes e muitas vezes quase impercetíveis. Não existem sinais claros ou imediatos que revelem que as plantas estão infetadas.

Fase de propagação

Se clones forem retirados de plantas-mãe infetadas com HpLV, o desenvolvimento das raízes será muito inferior ao das plantas saudáveis; o crescimento será mais lento e o sistema radicular nunca atingirá o tamanho desejado. Estes efeitos vão afetar todo o desenvolvimento da planta, resultando numa planta adulta mais pequena e menos produtiva do que o esperado.

Além disso, este crescimento radicular reduzido desde cedo torna as plantas mais vulneráveis a patogénios que atacam a zona das raízes, o que significa que o HpLV pode facilitar infeções ainda mais graves.

Fase vegetativa

Se uma planta for infectada durante a fase vegetativa, é provável que observe um travão substancial no seu desenvolvimento. Os sinais podem incluir:

  • Crescimento lateral reduzido
  • Caules frágeis
  • Folhas mais pequenas e estreitas
  • Descoloração foliar
  • Entrenós anormalmente curtos
  • Odor semelhante a folhas em decomposição

Importa frisar que nem sempre todos estes sintomas se manifestam. Aliás, pode não haver sinais evidentes até a planta entrar na fase de floração. Este facto representa diversos desafios. Por exemplo, pode acontecer que cultivadores retirem clones de uma planta-mãe que aparenta estar totalmente saudável, mas que na verdade está infetada. Na prática, fora dos grandes produtores comerciais, pouco pode ser feito pelos cultivadores domésticos, para além de adotar medidas preventivas para evitar infetar as plantas-mãe.

Fase de floração

As infeções por HpLV tornam-se mais evidentes durante o período de floração. Os especialistas ainda não compreendem totalmente o motivo, mas sabe-se que a concentração deste viroide atinge o seu pico nesta fase do desenvolvimento da planta.

Entre os sintomas mais comuns incluem-se:

  • Crescimento global reduzido
  • Folhas com descoloração
  • Flores (buds) mais pequenas do que o esperado
  • Desenvolvimento de tricomas muito abaixo do habitual

As flores colhidas de plantas afetadas podem conter até menos 50% de canabinoides em comparação com exemplares saudáveis do mesmo fenótipo cultivados nas mesmas condições. Assim, este viroide não só compromete o desenvolvimento e o rendimento da planta, como também reduz drasticamente a qualidade final da colheita.

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Como se propaga o viroide latente do lúpulo?

Existem várias formas de propagação do HpLV. Nesta secção, vamos descrevê-las e, na seguinte, explicaremos como as pode evitar.

Se uma planta for infetada durante o seu ciclo de vida, em vez de já nascer infetada, o viroide entra através do floema e leva cerca de seis semanas a infetar a planta por completo. Em apenas duas semanas já é possível detetá-lo nas raízes; ao fim de quatro semanas surge em todo o crescimento novo, e ao fim de seis semanas está presente em toda a planta.

Contacto direto

A forma mais comum de as plantas serem infetadas com HpLV é através do contacto direto, seja com outras plantas infetadas, seja com ferramentas ou mãos que tenham estado em contacto com plantas doentes.

Por exemplo, se tiver uma plantação densa, com várias plantas a tocarem-se entre si, isso aumenta significativamente a probabilidade de uma planta contaminada transmitir o viroide às restantes. Da mesma forma, se podar uma planta infetada com ferramentas e, de seguida, não as limpar antes de passar à próxima, existe uma grande probabilidade de infetar essa planta e todas as seguintes. O mesmo se aplica às mãos ou luvas.

Através das raízes

A concentração do HpLV é mais elevada nas raízes das plantas de canábis. Se cultivares em vasos, com terra, isto não é um problema. No entanto, se estiveres a cultivar várias plantas num sistema hidropónico, o vírus pode disseminar-se através da água no reservatório.

Também existe a possibilidade de várias plantas partilharem a doença entre si quando crescem juntas no mesmo canteiro, através do contacto subterrâneo entre as raízes.

Através da reprodução

Está comprovado que a infeção pode ser transmitida dos progenitores para as sementes, independentemente de ser o macho, a fêmea ou ambos os exemplares a estarem afetados. Os testes revelaram a presença do vírus tanto na superfície como no interior das sementes. Caso não seja detetado, o HpLV pode ser transmitido durante várias gerações de plantas de canábis através de processos de reprodução, mesmo quando são rigorosamente aplicadas práticas de higiene.

Como prevenir o HpLV na canábis

Como prevenir HpLV em canábis

Evitar a propagação do HpLV é bastante desafiante, sobretudo porque muitas vezes os sintomas podem passar despercebidos. No entanto, existem algumas medidas a adoptar que ajudam a mitigar o risco.

O ponto essencial é manter uma higiene cuidada no local de cultivo. Lave sempre as mãos e desinfecte os utensílios após manipular cada planta, mesmo quando não houver suspeitas de infecção. Esta prática reduz significativamente o risco de transmissão do HpLV, assim como de outros agentes patogénicos.

O viroide pode permanecer activo em superfícies até cinco dias, e em folhas secas pode sobreviver durante cerca de quatro semanas. Esta resistência torna-o persistente e difícil de controlar.

Se reparar que uma das plantas apresenta um crescimento claramente atrofiado, é aconselhável retirá-la do espaço de cultivo. Raramente se faz um teste PCR para confirmar a presença de HpLV, mas, na dúvida, é preferível não arriscar. Se já excluiu problemas relacionados com pH ou fertilização, remover uma planta com desenvolvimento anómalo pode evitar problemas mais sérios.

Por fim, evite propagar ou fazer clones de plantas suspeitas, pois poderá transmitir a doença para as gerações seguintes.

Existem cultivares resistentes ao HpLV?

Parece que sim. Estudos indicam que as plantas de Jamaican Lion infetadas com este viroide conseguem desenvolver-se normalmente, mesmo quando o vírus está presente em toda a planta. Tanto a quantidade como a qualidade da colheita mantêm-se inalteradas.

É provável que outras variedades também sejam resistentes, embora ainda não se saiba exatamente quais. Contudo, caso este viroide se torne um grande problema para a produção global de canábis, será possível criar plantas com resistência aos seus efeitos negativos através do cruzamento seletivo.

Como tratar o HpLV em plantas de canábis

Como tratar o HpLV em plantas de canábis

Na verdade, não existe um tratamento eficaz. A utilização de terapias de calor não trouxe resultados positivos e os efeitos das terapias de frio ainda não foram comprovados. Além disso, não é possível desinfetar tecidos já infetados — quando o viroide entra na planta, permanece presente.

Por isso, a melhor estratégia é prevenir a infeção e eliminar imediatamente as plantas contaminadas. Para quem cultiva em casa, normalmente o problema não persiste depois de uma colheita, pelo que poderá ser uma situação pontual. Já para produtores comerciais ou criadores, pode originar complicações mais sérias.

Riscos do consumo de canábis com HpLV

Nenhum! A boa notícia é que se considera que o HpLV não tem quaisquer efeitos adversos para os humanos quando consumido, independentemente da forma de consumo. Por isso, não precisa de se preocupar com a ingestão acidental de flores contaminadas.

Embora este vírus possa representar um risco para as suas plantas e para a produtividade das colheitas, não representa perigo para a sua saúde ou para a de quem venha a consumir a sua cannabis.

HpLV: Um inimigo silencioso e difícil de eliminar

HpLV: insidioso e difícil de tratar

Este viroide não é muito conhecido e o risco que representa para as plantações, especialmente em cultivo doméstico, permanece incerto. Para quem cultiva de forma amadora, provavelmente não vale a pena preocupar-se demasiado, sobretudo porque não apresenta perigo para a saúde humana.

Como se pode perceber, a sua deteção é extremamente difícil e, depois de presente, praticamente impossível de eliminar. Por isso, o mais sensato é não ficar ansioso com o assunto. A melhor forma de prevenção é adquirir sementes em bancos de confiança—uma medida que protege contra diversos tipos de patogénicos.

Max Sargent
Max Sargent
O Max dedica-se à escrita há mais de dez anos e, nos últimos tempos, concentrou-se no jornalismo sobre canábis e psicadélicos. Ao colaborar com empresas como a Zamnesia, Royal Queen Seeds, Cannaconnection, Gorilla Seeds, MushMagic, entre outras, adquiriu uma vasta experiência em diferentes áreas deste setor.
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