
ScrOG vs. SOG: Qual é o método ideal para si?
No cultivo de canábis, métodos avançados como ScrOG e SOG podem ser uma grande mais-valia para maximizar o potencial das plantas. Vamos analisar em detalhe o que cada um pode oferecer.
Os métodos ScrOG e SOG para cultivo de canábis são técnicas avançadas bastante populares entre cultivadores experientes. Enquanto alguns defendem incondicionalmente um dos métodos, outros preferem o oposto. Na realidade, nenhum é absolutamente superior ao outro; cada um apresenta os seus próprios benefícios e limitações, sendo mais adequado consoante o contexto. Ser um bom cultivador passa não por escolher o "melhor", mas sim por compreender ambos os métodos, possibilitando assim a escolha certa para cada situação.
Cultivar com a técnica ScrOG
Vamos começar por analisar a técnica ScrOG (Screen of Green). Essencialmente, cultivar em ScrOG consiste em colocar uma rede de malha entre as luzes de cultivo e o substrato. À medida que a planta de canábis cresce até à rede, cada ramo é guiado horizontalmente ao longo da malha, criando uma copa uniforme e extensa.
Esta abordagem é ideal para maximizar a área iluminada pelas luzes, permitindo que vários pontos de floração atinjam o seu maior potencial, em vez de concentrar tudo num único topo dominante.
Regra geral, utiliza-se uma planta de canábis por cada quadrado de 30 cm de rede, embora isto possa variar conforme a genética escolhida. Depois de estabelecida a copa, é habitual remover as folhas mais baixas, já que não recebem luz suficiente e acabam por consumir energia da planta desnecessariamente.
Um aspecto essencial ao aplicar o método ScrOG é a gestão do tempo. Dependendo da variedade cultivada, as plantas de canábis podem apresentar respostas diferentes ao serem expostas ao fotoperíodo de floração: algumas esticam-se e expandem-se rapidamente, enquanto outras permanecem compactas. Saber isto é crucial para definir o tempo de crescimento vegetativo ideal em ScrOG.
Se estiveres a trabalhar com uma genética que tende a crescer muito quando começa a florir, podes alterar para a fase de floração um pouco mais cedo, aproveitando essa expansão para preencher melhor a rede. Se a planta não se alonga tanto, pode ser conveniente prolongar o ciclo vegetativo por mais algumas semanas, para garantir uma copa mais preenchida antes da transição. Mudar cedo demais ou demasiado tarde pode resultar numa quantidade insuficiente ou excessiva de matéria vegetal para trabalhar.
Cerca de duas semanas após o início da floração, deve permitir-se que o desenvolvimento vertical da planta se manifeste, certificando-se de que as folhas maiores são puxadas por baixo da rede, para dar o máximo de luz possível aos pontos de floração. Se até este momento a copa se mantiver nivelada, cada local de botão crescerá ao mesmo ritmo, com a luz a distribuir-se uniformemente.
Vantagens do método ScrOG:
- É simples de fazer
- Pode ser realizado tanto com estacas como com sementes feminizadas
- Permite obter vários pontos de floração a partir de poucas plantas
- Baixa manutenção – normalmente só terá algumas plantas para cuidar
- Perfeito para o cultivo de sativa
Desvantagens do ScrOG:
- Demora mais tempo do que o cultivo em SOG
- É necessário instalar uma rede de malha
Cultivo com a técnica SOG
Enquanto a técnica ScrOG procura criar vários pontos de floração, a técnica SOG (Sea of Green) segue o caminho oposto: força a planta de canábis a concentrar toda a sua energia numa única cola principal. Este método é especialmente útil em espaços reduzidos ou quando se pretende obter resultados rápidos. Ao contrário da técnica ScrOG, o método SOG só pode ser realizado com clones, como vamos explicar de seguida.
Para aplicar a técnica SOG, os clones são dispostos lado a lado em espaços bastante compactos—pode chegar a mais de 40 por metro quadrado. Após uma a duas semanas para criarem raízes, passam rapidamente ao período de floração. Pode parecer estranho imaginar que, com tão pouco tempo, as plantas possam esticar-se apenas um pouco e produzir colas de tamanho reduzido.
Embora seja um eventual risco, a verdade é que a grande maioria dos clones responde com vigor, desenvolvendo caules e ramos espessos. As variedades de canábis mais indicadas para este tipo de cultivo tendem a crescer em direção à luz e, logo depois, formam uma cola principal impressionante. Este método é geralmente mais adequado para indicas, já que as plantas com SOG raramente ultrapassam os 30 cm de altura, canalizando toda a força para a cola principal.
É precisamente esta reacção das plantas ao método SOG que justifica a utilização exclusiva de clones. Uma planta nascida de semente não é capaz de responder desta forma—crescendo rapidamente e iniciando a floração tão depressa. A razão por que os clones conseguem fazê-lo não está totalmente esclarecida.
Há quem defenda que os clones sentem que ainda não são suficientemente grandes para florescer com a luz simulada de outono e, por não serem jovens (sendo já cópias), conseguem acelerar o processo para compensar. Outros defendem que é apenas uma questão de estiramento.
Também é importante referir que o cultivo SOG requer uma iluminação forte para resultados satisfatórios. Se forem usadas lâmpadas HPS menos potentes, o crescimento pode tornar-se desigual, com umas plantas a sombrearem as outras. Naturalmente, quanto maior a potência das luzes, maior deve ser a circulação de ar—especialmente em áreas pequenas.
Vantagens do cultivo SOG:
- Tempo de resposta muito rápido
- Ideal para espaços reduzidos
- Compatível com variedades índicas
- Mais rápido do que o método ScrOG
Desvantagens do cultivo SOG:
- Elevada necessidade de manutenção
- Só é possível utilizar estacas
- Exige iluminação intensa
- Um número elevado de plantas pode resultar em graves problemas legais
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