Qual é a melhor forma de consumir Kanna?
A kanna é uma planta com propriedades psicoativas, muito comum na África do Sul. Os seus alcaloides atuam como inibidores da recaptação da serotonina, proporcionando sensações elevadas de bem-estar e estados de euforia em quem a consome. Descubra, de seguida, as diferentes formas de utilizar a kanna.
Kanna, também conhecida pelo seu nome científico Sceletium tortuosum, é uma planta suculenta que cresce em abundância por toda a África do Sul. Noutras línguas, o nome da planta significa “coisas para mastigar” ou “algo para mastigar”, o que remete para o uso tradicional desta planta.
Reza a história que os caçadores-recoletores sul-africanos utilizavam a kanna como substância para alterar o estado de espírito desde períodos pré-históricos. A kanna era consumida de várias formas: mastigada, inalada ou vaporizada, de forma a alcançar os efeitos pretendidos. Além disso, a planta foi também transformada em cápsulas, chás e tinturas, para aproveitar as suas propriedades euforizantes.
Kanna recreativa
A kanna é também amplamente utilizada para fins recreativos, sobretudo por entusiastas da comunidade “psiconauta” que se interessam por plantas com efeitos alteradores da mente. Embora muitos acreditem que a kanna possui propriedades alucinogénicas, esta ideia está consideravelmente exagerada. No entanto, sabe-se que induz uma sensação de euforia, o que faz dela uma opção interessante para quem gosta de experimentar novos efeitos.
A composição farmacológica da kanna é particularmente curiosa, já que esta planta contém cerca de 1,5% de alcaloides. Entre eles destaca-se a mesembrina, presente nas folhas, caules e flores. A mesembrina funciona como um inibidor da recaptação de serotonina, um grupo de compostos reconhecidos pelo seu contributo no alívio de diversas condições do foro mental, como distúrbio do pânico, fobias, perturbação obsessivo-compulsiva e ansiedade generalizada.
A serotonina é um neurotransmissor considerado fundamental para a regulação da ansiedade e do humor, e os inibidores da recaptação aumentam a sua disponibilidade no organismo ao bloquear a sua reabsorção. Para além disso, a kanna contém também o alcaloide mesembrenona, que actua de modo semelhante enquanto inibidor da recaptação de serotonina.
Como consumir kanna
Como já referimos, a kanna apresenta diversas aplicações. Há quem se interesse especialmente pela sua ação como inibidor da recaptação da serotonina, enquanto outros procuram na kanna uma experiência recreativa a explorar.
Independentemente das motivações, existem várias formas de consumir kanna, adaptando-se facilmente às preferências de cada pessoa. Desde mastigar a própria planta até à preparação de tónicos e tinturas, as opções são variadas e podem ser bastante simples.
Mastigar kanna
Mastigar kanna é o método tradicional de consumo desta planta. Esta abordagem é simples e prática, especialmente para quem aprecia as formas ancestrais de utilização de plantas com efeitos psicoativos. Tradicionalmente, mastigava-se as folhas, caules e raízes fermentadas, engolindo apenas a saliva enquanto a matéria vegetal era cuspida, podendo ser reutilizada mais tarde.
Atualmente, existem métodos mais práticos para mastigar kanna. Uma das formas mais comuns é misturar uma pequena quantidade de kanna com um pedaço de pastilha elástica e ir engolindo a saliva produzida. Para quem pretende um efeito suave, recomenda-se uma dose entre 50 e 150mg. Caso procure um efeito mais intenso, pode experimentar até 1g da planta, sendo que as doses entre 200 e 400mg proporcionam um efeito intermédio.
Insuflação
Insuflação é o termo técnico para se referir à inalação de kanna pelo nariz. O consumo de kanna desta forma proporciona efeitos quase imediatos, tornando-se assim uma escolha popular para quem procura resultados rápidos. Além disso, esta via é frequentemente associada a uma sensação intensa de euforia, fatores que a tornam particularmente atrativa para utilizadores recreativos e entusiastas de experiências psicoativas.
Antes de recorrer à insuflação, é fundamental moer a planta até obter um pó extremamente fino. Contudo, esta forma de consumo pode causar algum desconforto nasal, incluindo irritação, hemorragias e possíveis obstruções.
Para insuflação, recomenda-se uma dose baixa de cerca de 50mg. As doses médias situam-se entre 50 e 100mg. Uma dose forte pode ir até 250mg de pó, enquanto doses muito elevadas podem chegar aos 500mg.
Via sublingual
A administração sublingual consiste em colocar uma substância debaixo da língua. Nesta localização, a substância é absorvida diretamente para a corrente sanguínea através dos tecidos presentes nessa área. Optar por este método traz diferentes vantagens, sendo a principal a rapidez, já que permite um acesso direto à circulação venosa e evita o metabolismo inicial no fígado.
No caso do uso sublingual de kanna, coloca-se o material vegetal por baixo da língua e mantém-se nessa posição. Ao longo do tempo, os alcaloides presentes começam a ser absorvidos, alcançando assim o efeito desejado. As doses sublinguais são bastante semelhantes às usadas na mastigação: 50 a 100 mg proporcionam um efeito subtil, entre 200 e 400 mg garantem um efeito moderado, e doses próximas de 1 g conduzem a experiências bastante mais intensas.
Extratos e tinturas
Os extratos e tinturas apresentam formas bastante versáteis e eficazes de consumir esta substância. O Kanna Extreme é um bom exemplo: trata-se de um extrato em pó muito concentrado, proporcionando uma sensação forte e instantânea de euforia. O pó pode ser vaporizado, aplicado debaixo da língua ou até inalado.
Outro produto de destaque é o Kanna Honey, que combina também valeriana na sua composição, oferecendo um efeito mais relaxante e tranquilo. O Kanna Honey pode ser adicionado a qualquer bebida quente, seja café, chá ou chocolate quente.
O Kanna 10x Extract destaca-se como um dos concentrados mais potentes de kanna disponíveis, sendo ideal para quem procura um impulso no bem-estar e relaxamento mental.
Já o Kanna Extract UB40 é especialmente indicado para uso em vaporizadores, produzindo um efeito intenso e robusto, muito superior ao dos líquidos normais para vape.
Beber chá de kanna
Diz-se que o chá de kanna tem um sabor semelhante ao chá verde, mas é algo mais intenso e, segundo algumas opiniões, menos agradável. Ainda assim, o chá é uma forma suave e confortável de consumir a planta, sendo perfeito para quem prefere uma experiência mais discreta e ritualizada. Beber uma chávena quente traz uma sensação de bem-estar que poucos métodos conseguem igualar. O chá de kanna oferece precisamente essa experiência, embora de forma mais subtil.
Os efeitos são menos intensos quando comparados com outras formas de consumo, sendo necessário utilizar uma maior quantidade da planta para sentir resultados. Por essa razão, preparar o chá de kanna pode ser uma excelente opção para quem está a experimentar pela primeira vez. Uma dose recomendada para infusão situa-se entre 200 e 500 mg. Se procura efeitos mais pronunciados, pode aumentar até cerca de 2 g; no entanto, doses elevadas estão associadas a efeitos indesejados, como tonturas.
É comum adicionar mel, como adoçante natural, para suavizar o sabor do chá. No geral, os efeitos do chá de kanna são mais relaxantes e menos eufóricos, tornando esta opção especialmente indicada para quem tem dificuldades em dormir ou simplesmente procura um momento de tranquilidade.
Vaporizar kanna
Vaporizar kanna permite que os seus compostos ativos entrem diretamente na corrente sanguínea através dos alvéolos pulmonares. Basta adicionar um pouco de kanna em pó ao teu vaporizador de ervas preferido para sentires rapidamente os efeitos.
Ao encheres a câmara do vaporizador, coloca uma camada base de outra erva — como lúpulo ou lavanda — para evitar que o pó obstrua o aparelho. Polvilha o kanna em pó e finaliza com mais uma camada da erva de base. Aproximadamente 100 mg proporcionam uma experiência leve e subtil, enquanto uma dose de 250 mg induz efeitos mais intensos.
Ajusta o teu vaporizador para 188°C para ativar os alcaloides presentes. Pouco depois de inaladares, vais sentir os efeitos relaxantes e eufóricos da planta.
Vai com calma — puxa apenas pequenas quantidades de cada vez até encontrares o teu equilíbrio. O excesso pode causar efeitos secundários indesejados, por isso tem precaução.
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