
O que deve saber sobre o shilajit
O shilajit é uma substância com textura resinosa, utilizada há séculos na medicina ayurvédica. Com inúmeros potenciais benefícios, o shilajit continua a ser muito procurado nos dias de hoje. Disponível em várias formas de consumo, nunca houve um momento melhor para descobrir tudo o que o shilajit pode oferecer.
Conhecido pela sua vasta gama de utilizações holísticas, o shilajit tem sido usado há mais de 4.000 anos. No entanto, com o surgimento de suplementos e vitaminas em cápsulas práticas, será que o shilajit ainda tem relevância nos dias de hoje? Neste artigo, abordamos tudo o que precisa de saber sobre esta substância com aspeto de alcatrão.
O que é afinal o shilajit?
O shilajit, elemento frequente na medicina ayurvédica, é também conhecido como “conquistador das rochas”, “destruidor da fraqueza” ou simplesmente “mumijo”. Trata-se de uma substância negra ou castanha, semelhante a alcatrão, que se liberta das rochas nas regiões montanhosas. É maioritariamente recolhida em zonas como o Himalaia, Afeganistão e Mongólia, sendo depois utilizada em pó ou em formato líquido devido à sua textura viscosa.
O papel da medicina ayurvédica
Com uma história que remonta a 5.000 anos, a Ayurveda é uma prática tradicional de medicina que recorre a diferentes ervas e especiarias para promover o equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Exemplos comuns de remédios ayurvédicos incluem ashwagandha, curcuma e cominhos, entre outros. Acredita-se que a utilização isolada ou combinada destas plantas pode oferecer benefícios como:
- Ajuda na digestão
- Aumento da energia e vitalidade
- Desintoxicação do sangue e do organismo
- Apoio à perda de peso
- Promoção do bem-estar mental
É certo que a eficácia da medicina ayurvédica continua a ser alvo de debate, tendo em conta a evolução dos tratamentos ao longo dos séculos. No entanto, não se pode negar o valor das ervas e especiarias tradicionais nos dias de hoje. Atualmente, estas substâncias estão ainda mais acessíveis, disponíveis em formatos práticos como cápsulas e tinturas, ideais para quem procura uma abordagem holística no dia a dia.
Para que serve o shilajit no organismo?
Afinal, para que serve realmente o shilajit? Embora se atribuam vários efeitos a esta substância, tanto em homens como em mulheres, as suas possíveis utilizações são diversificadas — e por vezes ainda pouco claras. Vamos então descobrir o que dizem os estudos mais recentes sobre o potencial global do shilajit.
Pode contribuir para um melhor desempenho cerebral
Pensa-se que o shilajit possui uma grande variedade de compostos que podem ser benéficos para o funcionamento do cérebro. Apesar de os estudos sobre a sua eficácia nesta área ainda estarem numa fase inicial, uma investigação procurou perceber se estes compostos poderiam ajudar no controlo de distúrbios cognitivos e problemas como a doença de Alzheimer (Carrasco-Gallardo et al., 2012). Aliás, o shilajit era tradicionalmente utilizado com o objetivo de promover a longevidade e atrasar o envelhecimento do cérebro.
Pode ajudar a aumentar os níveis de testosterona
Níveis reduzidos de testosterona podem originar diversos problemas, incluindo diminuição do desejo sexual, perda de massa muscular e até queda de cabelo. Num ensaio clínico, um grupo de voluntários do sexo masculino, com idades entre os 45 e os 55 anos, recebeu uma dose de 250mg de shilajit ou um placebo, duas vezes por dia. Ao fim de 90 dias, os investigadores observaram que aqueles que tomaram shilajit apresentavam níveis de testosterona superiores em comparação com os que receberam o placebo (Pandit et al., 2015).
Pode favorecer a saúde cardiovascular
Poderá o shilajit ser a chave para melhorar a saúde do coração? Um estudo procurou responder a essa questão. Embora tenha sido realizado em ratos, os animais que receberam shilajit apresentaram menos danos cardíacos após sofrerem uma lesão no coração, em comparação com aqueles que não o receberam (Joukar et al., 2014). O shilajit está também a ser investigado pelo seu potencial para reduzir a pressão arterial, mas são necessários mais estudos para se obterem resultados conclusivos.
Pode ajudar a combater o envelhecimento
Embora não exista forma de travar por completo o processo de envelhecimento, estudos indicam que o ácido fúlvico presente no shilajit apresenta propriedades antioxidantes bastante eficazes (Carrasco-Gallardo et al., 2012), o que pode contribuir para reduzir o impacto do stress oxidativo provocado pelos radicais livres. No entanto, estes estudos isolados ainda não comprovam se o shilajit consegue realmente abrandar o envelhecimento.
Potenciais propriedades antivirais
O shilajit contém diversos antioxidantes, minerais e outros compostos que podem contribuir para a defesa do organismo contra certos vírus. Um estudo procurou avaliar se o shilajit seria eficaz a combater diferentes tipos de vírus, incluindo herpes (Cagno et al., 2015). Contudo, a investigação nesta área ainda é escassa e não se conhece, para já, a real eficácia do shilajit.
Possível auxílio na perda de peso
O shilajit está igualmente a ser alvo de investigação devido ao seu possível contributo para a perda de peso. Um estudo realizado em participantes humanos constatou que o shilajit purificado pode potenciar a expressão de genes relacionados com a matriz extracelular em pessoas com excesso de peso ou obesidade, promovendo assim a adaptação dos músculos esqueléticos durante o exercício físico (Das et al., 2016). Embora as conclusões definitivas ainda não sejam claras, os autores sublinham que este estudo representa "as primeiras evidências", esperando que venha a motivar novas investigações nesta área.
Como utilizar o shilajit
O shilajit apresenta-se em diferentes formatos. Tradicionalmente, consumia-se este produto misturando a resina semelhante a alcatrão com água e bebendo, ou então aplicando diretamente sobre a pele. Atualmente, é mais comum utilizar extratos em pó, cápsulas ou versões líquidas de shilajit, métodos que são práticos e se integram facilmente na rotina diária.
Quais são os efeitos secundários do shilajit?
Tal como acontece com qualquer suplemento, o consumo de shilajit pode provocar alguns efeitos secundários. Apesar de serem raros, é importante tê-los em consideração antes de iniciar a toma deste produto.
Os possíveis efeitos indesejáveis incluem:
- Erupção cutânea
- Aceleração do ritmo cardíaco
- Tonturas
- Náuseas
- Dores de estômago
- Dores de cabeça
- Sensação de cansaço
Como referido anteriormente, estes efeitos não são comuns e ocorrem geralmente devido ao consumo de shilajit em estado bruto e não processado. Se tiver alguma condição médica pré-existente ou dúvidas antes de tomar shilajit, é fundamental consultar previamente um profissional de saúde. O suplemento está contraindicado para mulheres grávidas ou a amamentar.
Qual a dose recomendada de shilajit?
Normalmente, o shilajit é consumido entre uma a três vezes por dia, seja na sua versão líquida ou em pó, podendo ser misturado com leite ou água. No que diz respeito à dose máxima diária, recomenda-se não ultrapassar os 300 a 500 mg de shilajit, já que quantidades superiores podem desencadear os efeitos secundários referidos anteriormente.
Pode ser difícil calcular a dose exacta quando se adiciona o pó ou o extrato líquido à água, mas é possível medi-la previamente. Para maior comodidade, existem cápsulas de shilajit já doseadas, facilitando o consumo e garantindo sempre a mesma quantidade.
Vale a pena tomar shilajit?
Afinal, compensa apostar no shilajit ou será melhor deixá-lo no passado? Como já ficou claro, há vários efeitos potencialmente positivos associados ao uso de shilajit. É um produto bastante versátil e de fácil acesso, disponível em diferentes formas. Pode optar por experimentar os métodos mais tradicionais, dissolvendo o líquido em água ou leite, ou então escolher cápsulas ou frascos com conta-gotas—fica ao seu critério.
Se tem curiosidade em experimentar shilajit, visite a loja da Zamnesia, onde pode adquirir este produto e também encontrar uma vasta seleção de ervas, extratos e outros suplementos.
- Amitava Das, Soma Datta, Brian Rhea, Mithun Sinha, Muruganandam Veeraragavan, Gayle Gordillo, & Sashwati Roy. (2016/07/07). The Human Skeletal Muscle Transcriptome in Response to Oral Shilajit Supplementation - https://www.ncbi.nlm.nih.gov
- Cagno, V., Donalisio, M., Civra, A., Cagliero, C., Rubiolo, P., & Lembo, D. . (2015). In vitro evaluation of the antiviral properties of shilajit and investigation of its mechanisms of action. - https://iris.unito.it
- Carlos Carrasco-Gallardo, Leonardo Guzmán, & Ricardo B. Maccioni. (2012). Shilajit: A Natural Phytocomplex with Potential Procognitive Activity - https://www.ncbi.nlm.nih.gov
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- Joukar, Siyavash, Najafipour, Hamid, Dabiri, Shahriar, Sheibani, Mohammad, Sharokhi, & Nader. (2014, Setembro). Cardioprotective Effect of Mumie (Shilajit) on Experimentally Induced Myocardial Injury - https://link.springer.com
- Pandit S, Biswas S, Jana U, De RK, Mukhopadhyay SC, & Biswas TK. (2016 Jun). Clinical evaluation of purified Shilajit on testosterone levels in healthy volunteers - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov
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